Câmara
André Vargas entra em licença médica e adia votação de cassação
Folhapress
Alvo de um processo de cassação por quebra de decoro parlamentar, o deputado André Vargas (sem partido-PR) informou ontem ao comando da Câmara que realizou uma cirurgia na boca e vai precisar pelo menos de uma semana para se recuperar.
Com isso, a votação da perda de seu mandato, que deveria ocorrer na próxima semana, deve ser marcada para os dias 3 ou 4 de dezembro.
No contato telefônico com os técnicos da Câmara, Vargas afirmou que o procedimento ocorreu na terça-feira, mas não deu detalhes. Ele ficou de enviar um atestado médico nos próximos dias.
Ex-vice-presidente da Câmara, Vargas é acusado de quebra de decoro por ter ligação com o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato da Polícia Federal.
Segundo o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), o adiamento por uma semana é um prazo razoável. Ele negou que haja o risco de o processo não ser votado até o fim dos trabalhos do Congresso neste ano.
"Ele pediu um tempo mínimo necessário para sua recuperação, que seria de uma semana apenas", disse Alves. "Ele quer comparecer e se defender no plenário." A estratégia de Vargas é fazer com que os deputados encerrassem as atividades deste ano sem que seu processo chegue para análise.
A Polícia Federal (PF) informou ontem que o nome do atual diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza, apareceu em depoimentos dos presos da Operação Lava Jato por "erro material". Segundo a PF, não há no processo "qualquer elemento que evidencie a participação do atual diretor no esquema de distribuição de vantagens ilícitas".
O texto do ofício, porém, não nega diretamente que o ex-diretor Paulo Roberto Costa ou que o doleiro Alberto Youssef tenham citado Cosenza em depoimentos que possam constar em outros processos judiciais.
O ofício afirma que não há informações "nos autos", mas não explicita se uma citação possa ter ocorrido em outros processos ou inquéritos que correm paralelos ao procedimento que levou à prisão executivos de grandes empreiteiras na última sexta-feira.
Em pelo menos cinco depoimentos de executivos, a PF fez perguntas nas quais afirmou que o ex-diretor Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef haviam dito que Cosenza estava entre os beneficiários de "comissões".
Ao funcionário da construtora OAS Construtora José Ricardo Nogueira Breghirolli, por exemplo, a PF indagou: "Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef mencionaram a existência de pagamento de comissões pelas empreiteiras que mantinham contratos com a Petrobras, tendo como beneficiários além deles próprios, os direitores Duque, Cerveró e Cosenza, bem como alguns agentes públicos". A mesma pergunta, com ligeiras variações, foi feita a outros quatro investigados.
Em ofício ao juiz na data de ontem, o delegado da PF responsável pela Lava Jato, Márcio Adriano Anselmo, afirmou: "Em relação ao quesito que figurou em alguns interrogatórios, por erro material, constou o nome de Cosenza em relação a eventuais beneficiários de vantagens ilícitas no âmbito da Petrobras".
A resposta da PF foi dada após um questionamento do juiz responsável pelo caso, Sérgio Moro, que intimou a polícia "para esclarecer se, de fato, há alguma prova concreta nesse sentido, uma vez que até o momento este juízo não foi informado de nada". Ele referia-se à presença de elementos que tratassem de Cosenza no inquérito.
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