A Polícia Federal em Brasília e uma sindicância interna do Senado já investigam a suposta combinação de perguntas e respostas de depoentes e integrantes da CPI da Petrobras do Senado. As apurações foram abertas nos dois órgãos após a divulgação de um vídeo no qual representantes da companhia petrolífera combinariam o "gabarito" para os depoimentos à comissão de inquérito.
A PF ouviu Bruno Ferreira, advogado da estatal que apareceu na gravação, que, segundo apurou a reportagem do Broadcast Político serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, preferiu ficar em silêncio durante o depoimento. Nos início do próximo mês, os policiais vão convocar o chefe do escritório da Petrobras em Brasília, José Eduardo Barrocas, e o chefe do departamento jurídico da companhia na capital, Lenan Calderaro Filho.
As investigações da polícia, que pretendem descobrir se houve prática de crime na suposta combinação do "gabarito", concentram-se na participação de dirigentes da Petrobras. Assessores parlamentares do Senado não foram intimados, até o momento, para depor. Por ora, o suposto envolvimento de parlamentares - que só podem ser investigados com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) - não é alvo das apurações.
A PF abriu inquérito após ter sido provocada pelo presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), que entregou um pedido de apuração pessoalmente ao diretor-geral da instituição, Leandro Daiello, e pelo líder do PSDB no Senado e candidato a vice na chapa de Aécio Neves, Aloysio Nunes Ferreira, que encaminhou ofício ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para investigar a participação de servidores públicos e parlamentares no episódio.
Sindicância
Em outra frente de investigação, aberta a pedido de Vital do Rêgo, a Sindicância interna do Senado tem tomado depoimentos de assessores parlamentares sobre a eventual participação deles na combinação. Na tarde desta quarta-feira, 27, por exemplo, Marcos Rogério de Souza, assessor parlamentar no gabinete do bloco de apoio ao governo, prestou depoimento a uma equipe de três consultores que conduzem a apuração.
A reportagem apurou que cerca 10 assessores, entre eles os ligados aos senadores José Pimentel (PT-CE), relator da CPI do Senado e líder do governo Dilma no Congresso, e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), foram convocados para falar. Outro que deve depor é Paulo Argenta, assessor especial da Secretaria de Relações Institucionais, pasta com status de ministério ligada ao Palácio do Planalto.
A sindicância, que investiga se houve alguma "irregularidade administrativa", deve concluir os trabalhos no início de setembro, caso as apurações não sejam prorrogadas por mais 30 dias. Tanto na PF quanto na sindicância o caso é tratado com sigilo.
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