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Com pedido de mais prazo para concluir o trabalho, a Polícia Federal enviou ontem à Justiça Federal os autos do inquérito que investiga um esquema de tráfico de influência no governo, atribuído a familiares da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, que foi braço direito da presidente eleita Dilma Rousseff. Na segunda fase, que começa quando o inquérito retornar, a PF deverá fazer os indiciamentos, a começar por Israel e Saulo Guerra, filhos da ex-ministra, acusados de usar empresas de fachada para cobrar propina de empresários que tinham contratos com o BNDES, os Correios e outras empresas públicas.

Mas os indiciamentos só serão definidos depois que for concluída a análise dos documentos apreendidos na primeira fase e dos computadores usados por Erenice e assessores da Casa Civil acusados de envolvimento no esquema. Entre eles estão o sócio de Saulo e Israel nos negócios, Vinicius Castro e Stevan Knezevic, além de Gabriel Laender, indicado pelo marido de Erenice para trabalhar na Casa Civil. Os três também deixaram o órgão após a divulgação das denúncias.

Na terça feira, portaria da Presidência da República, publicada no Diário Oficial da União, adiou por 20 dias a conclusão dos trabalhos da comissão instaurada pelo governo para investigar o suposto envolvimento da ex-ministra no esquema. Erenice pediu demissão do cargo em 16 de setembro. O escândalo é apontado como o principal fator que impediu a vitória de Dilma no primeiro turno. Na primeira fase foram ouvidas vinte pessoas, entre elas Erenice, os filhos e os assessores, além de dirigentes das estatais citadas.

Senado

Depois de quase dois meses tentando aprovar um convite para que Erenice Guerra falasse sobre a denúncia de tráfico de influência na Casa Civil, a oposição foi derrotada ontem na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Por maioria de votos, a base aliada rejeitou a proposta, de autoria do senador Alvaro Dias (PSDB-PR).

O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), ponderou que Erenice Guerra foi afastada da Casa Civil logo depois de reveladas as denúncias contra ela e ressaltou que a Polícia Federal já está investigando o caso. "Seria tentar criar um fato político. Já passou a eleição, é matéria vencida", disse.

Também estava na pauta da CCJ um requerimento de Alvaro para convocar Dilma Rousseff para falar sobre o caso Erenice. No entanto, o senador Aloízio Mercante (PT-SP) pediu que, por respeito à presidente eleita, o requerimento fosse retirado de pauta. O pedido foi atendido pela oposição.

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