O superintendente da Polícia Federal em Alagoas, José Pinto de Luna, confirmou na manhã desta segunda-feira (10) que relatório final sobre a Operação Taturana, que investigou um rombo de R$ 300 milhões nos cofres da Assembléia Legislativa de Alagoas, seguiu hoje para Brasília, onde será protocolado no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O relatório denuncia metade dos deputados estaduais com mandato e vários ex-deputados, entre eles Cícero Amélio, que apesar de tido indiciado pela PF, acusado de participação no golpe, foi empossado conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
O relatório foi levado pelo delegado Janderlyer Gomes, que presidiu o inquérito sobre a Operação Taturana. Gomes explicou que a denúncia seria feita inicialmente ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região, com sede no Recife (PE), mas como no curso do inquérito o ex-deputado Cícero Amélio foi empossado como conselheiro do TCE, a denúncia teve que ser feita ao STJ, já que conselheiros de Tribunais de Contas gozam de foro privilegiado.
Dos 110 indiciados, quinze são deputados estaduais, entre eles o ex-presidente Antônio Albuquerque (sem partido), que foi afastado do mandato junto com outros onze parlamentares. Foram indiciados também 11 ex-deputados e dois prefeitos reeleitos: Fábio Jatobá (PTB), em Roteiro, e Cícero Almeida, em Maceió.
Com o afastamento de parte dos deputados indiciados na Operação Taturana, pelos menos seis suplentes já tomaram posse na Assembléia Legislativa, o último deles - Hildon Fidélis da Silva mais conhecido como Castelo - obteve apenas 354 votos nas eleições de 2006, mesmo assim ocupa a vaga do deputado estadual Marcos Ferreira (PMN), afastado por decisão judicial. A exemplo dos outros suplentes, Castelo entrou na Justiça e conseguiu tomar posse como suplente de Ferreira. Outros suplentes tentam o mesmo. Com isso, o Legislativo alagoano que deveria contar com 27 deputados, mas já tem pelo menos 33 parlamentares - dos quais seis foram afastados.
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