A polícia mineira tem em mãos a gravação em vídeo de um encontro entre o empresário mato-grossense Paulo Traven e o contrabandista Hassan Ahmad, que é apontado como o cabeça da quadrilha e procurado pela polícia dos Estados Unidos por sonegação fiscal. Ahmad causou um rombo de cerca de US$ 13 milhões no mercado americano de pedras preciosas. Os policiais federais filmaram o encontro de Traven e Ahmad no aeroporto de Confins, em Belo Horizonte.
A Polícia Federal deflagrou a Operação Carbono, no último dia 10, para combater o contrabando de pedras preciosas, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, evasão de divisas e outros crimes relacionados. Foram cumpridos 40 mandados de busca e apreensão. A operação foi realizada no Rio de Janeiro, Minas Gerais e Mato Grosso.
Durante cerca de um ano e meio, foi investigado um esquema de comércio clandestino de diamantes, articulado por empresários do ramo e com o auxílio de contadores, doleiros e servidores públicos do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), órgão responsável pela emissão do "Certificado Kimberley", documento que atesta a origem e a legalidade da extração das pedras.
Seis pessoas investigadas foram presas em Minas Gerais por suposta participação no tráfico internacional de diamantes: a empresária Viviane Albertino Santos; a filha dela, Patrícia Santos Saboya; o genro Daniel Carneiro Pires; o ex-diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) em Minas, Luís Eduardo Machado de Castro; o comerciante de pedras Leandro Márcio dos Santos; e o contador Matheus Ribeiro da Silva. Todos eles foram liberados, após cumprirem prisão temporária de cinco dias.
O empresário mato-grossense, que se entregou quarta-feira à Polícia Federal após cinco dias foragido, tem permissão do Departamento Nacional de Produtos Minerais (DNPM) para explorar garimpos em três áreas próximas à Juína (a 805 quilômetros de Cuiabá).
O delegado José Maria Fonseca revelou que Paulo Traven era o "braço direito" de Hassan Ahmad.
- A participação dele nos crimes é intensa. Ele agia junto com Hassan. Comprava ilegalmente pedras preciosas em Mato Grosso e fazia exportações para a Bélgica em nome de Hassan - explicou Fonseca.
A Polícia Federal de Minas Gerais já indiciou Paulo Traven por participação no tráfico internacional de pedras preciosas. O empresário prestou depoimento em Cuiabá e negou todas as acusações. O delegado José Maria Fonseca afirmou não ter recebido ainda da polícia de Mato Grosso o conteúdo do interrogatório de Traven. A PF não pedirá a prorrogação da prisão temporária do empresário, que expira na próxima segunda-feira.
De acordo com o delegado José Maria Fonseca, a organização criminosa tinha três facções interligadas, que contavam também com a participação de doleiros e contadores. Apesar de ser mais próximo de Ahmad, Paulo Traven também teria comercializado diamantes ilegais com outros integrantes da quadrilha, como, por exemplo, a empresária Viviane Albertino Santos, que deixou a prisão nesta quinta-feira.
O empresário mato-grossense está preso na Gerência de Polinter, em Cuiabá. Já o contrabandista de Serra Leoa está foragido. Porém, os advogados do acusado informaram à polícia que ele se entregará nesta sexta-feira.
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