Duas das quatro pessoas ouvidas pela Polícia Federal em Minas Gerais passaram de testemunhas a indiciados, nas investigações do pagamento do mensalão a deputados da base aliada do governo pelo empresário Marcos Valério. O assessor do ex-ministro dos Transportes e hoje prefeito de Uberaba, Anderson Adauto, José Luiz Alves, confirmou ter retirado R$ 300 mil do Banco Rural e o ex-presidente da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte, Rodrigo Barroso, que também falou aos policiais que sacou R$ 274 mil reais, mas não quiseram revelar mais detalhes à polícia.
Os dois se esquivaram de responder outras perguntas sob a alegação de que eles poderiam fornecer provas para incriminá-los. Diante da situação, os delegados da Polícia Federal de Brasília, que estão em Belo Horizonte colhendo os depoimentos Luiz Gustavo Goes e Cláudio Ribeiro decidiram passá-los de testemunhas a indiciados.
José Luiz Alves e Rodrigo Barroso podem responder na Justiça por crime eleitoral e lavagem de dinheiro. As investigações do envolvimento dos assessores serão aprofundadas e segundo o delegado Luiz Gustavo Góes, neste caso, eles usaram a prerrogativa constitucional de não produzir provas contra eles.
Os dois delegados também ouviram a gerente administrativa da agência de publicidade SMPB, onde Marcos Valério é sócio, Geisa Dias. Segundo o delegado Luiz Gustavo Góes, ela colaborou em seu depoimento e reconheceu alguns nomes que estavam na lista das pessoas que teriam recebido dinheiro do empresário através da SMPB. Mas o delegado da PF disse que o papel de Geisa Dias na empresa é funcional e que ela recebia uma determinação da diretora financeira da agência de publicidade, Simone Vasconcelos, para autorizar os saques.
Outras testemunhas ouvidas na sede da Polícia Federal em Belo Horizonte foram Cristiano Paiva, assessor da deputada estadual Vanessa Lucas - que negou ter recebido dinheiro do empresário Marcos Valério - e o economista Fernando César Rocha, que teria recebido R$ 100 mil da SMPB.
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