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O jornalista Marcelo Netto, que atuou como assessor de imprensa do então ministro da Fazenda Antônio Palocci, foi indiciado pela Polícia Federal nesta segunda-feira pela violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. Netto prestou um novo depoimento pela manhã - por mais de quatro horas - na sede da PF, em Brasília.

Ele negou ter tido qualquer participação na quebra do sigilo bancário do caseiro. Mesmo diante da negativa, o delegado Rodrigo Carneiro Gomes indiciou o jornalista baseado no artigo 10 da lei complementar 105. A lei prevê para este crime pena de um a quatro anos de prisão.

Marcelo Netto deixou a sede pela garagem sem falar com a imprensa. Eduardo Toledo, advogado do jornalista, ficou surpreso com a decisão do delegado.

- Causa perplexidade. Quando ele não disse nada, ele não indiciou. Agora que ele respondeu a todas perguntas ele é indiciado - disse.

O advogado também confirmou que a PF pediu a quebra do sigilo telefônico do ex-assessor. Ele disse ainda que não pretende recorrer contra essa decisão.

Esta é a segunda vez que o jornalista é ouvido pela PF. A expectativa é de que, desta vez, ele tenha colaborado com as investigações, já que no primeiro depoimento, no dia 5 deste mês, ele preferiu ficar calado.

No primeiro depoimento, o jornalista ficou calado, argumentando que não tinha conhecimento dos autos do processo. Mas, na semana passada, seu advogado foi à Policia Federal e obteve cópia dos documentos.

- Ele estava apenas esperando para ter informações sobre a investigação para poder se pronunciar - disse Toledo, sobre o fato de Netto ter se calado no depoimento.

O jornalista, segundo informou à Reuters uma fonte ligada à investigação, teria sido o responsável pelo encaminhamento do extrato com a movimentação financeira do caseiro para a revista "Época", que divulgou as informações em seu site, no dia 17 de março.

Dez dias depois desse fato, Palocci se viu obrigado a deixar o cargo por conta dos incídios constatados pela PF de participação no caso. Também demitiu-se o então presidente da Caixa Jorge Mattoso, que confessou ter levado o extrato pessoalmente a Palocci.

Relatório parcial do inquérito será encaminhado à Justiça nesta quarta-feira. No documento, Palocci e Mattoso constam como indiciados por crimes de violação de sigilo funcional e quebra de sigilo bancário. Palocci vai responder, ainda, por prevaricação e denunciação caluniosa e poderá ser condenado a até oito anos de reclusão.

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