A Polícia Federal (PF) indiciou 42 pessoas em inquérito que investiga a máfia dos vampiros, quadrilha que superfaturava e fraudava licitações no ramo de hemoderivados distribuídos à rede pública pelo Ministério da Saúde. Entre os indiciados estão o ex-ministro da Saúde Humberto Costa e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. Os dois foram indiciados por crime de formação de quadrilha, corrupção passiva e fraude em licitação. Tanto o ex-ministro quanto o ex-tesoureiro negaram as acusações.
O indiciamento ocorreu no dia 2 de agosto, mas só foi divulgado agora por Humberto Costa, em uma coletiva de imprensa. Desde o dia 15 de agosto, o inquérito está nas mãos do procurador da República Gustavo Veloso, que ainda não decidiu se apresenta denúncia à Justiça.
O ex-ministro teria divulgado a informação sobre seu indiciamento porque, segundo ele, o assunto seria tema de uma reportagem que seria divulgada neste fim de semana, o que poderia prejudicar sua candidatura ao governo de Pernambuco.
Na coletiva de imprensa, o ex-ministro afirmou que foi denunciado por Laerte Correia, um dos lobistas que foi preso. Ele teria dito a PF que na época em que Humberto Costa era ministro da Saúde havia um esquema no ministério para arrecadar dinheiro para o PT.
Ex-ministro nega
O ex-ministro, que é candidato ao governo de Pernambuco, negou ter tido participação no esquema, e disse achar estranho ter sido indiciado, uma vez que ele teria sido o autor da denúncia contra a máfia no Ministério da Saúde. Costa avaliou o indiciamento como uma tentativa de desestabilizar sua candidatura e o governo Lula.
- Primeiro quero manifestar aqui a minha indignação a este processo. Já ofereci ao juiz e ao Ministério Público a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico meu e de toda a minha família. Quero ser investigado o mais rapidamente possível porque para mim o único objetivo é alterar o resultado da eleição - explicou o ex-ministro, que disse que a iniciativa foi para mostrar sua inocência.
A quadrilha começou a ser investigada pela PF em março de 2003. De acordo com a polícia, as irregularidades se arrastam desde o início dos anos 90.
Segundo o Ministério Público, servidores da Saúde cooptados pela quadrilha eram designados para assumir postos estratégicos e facilitavam fraudes nas concorrências em troca de propina. As negociatas eram intermediadas por lobistas ligados a políticos. Na Operação Vampiro, deflagrada para desarticular o grupo, 17 pessoas chegaram a ser presas, e 25 servidores do Ministério da Saúde foram afastados ou exonerados.
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