O ex-prefeito de Ponta Grossa Pedro Wosgrau Filho (PSDB) e o ex-secretário de Planejamento José Ribamar Krüger foram indiciados pela Polícia Federal (PF) por desvio de finalidade de verba da saúde. Outras sete pessoas são citadas do relatório final da investigação da PF entre elas, a mulher do vereador Antonio Laroca Neto (PDT), Silvianara Buss Laroca, enquadrada por falsidade ideológica.
Desde 2010, a PF investiga, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), a malversação de R$ 3 milhões do Fundo Nacional de Saúde, repassados ao município para reforma de 15 unidades de saúde. Segundo a PF, o recurso, que deveria ser usado para a reforma de unidades de saúde, foi aplicado em outros fins, como melhorias no Hospital Dr. Amadeu Puppi (Pronto Atendimento Municipal) e no Hospital Prefeito João Vargas de Oliveira (Hospital da Criança). Pelo projeto original, esses estabelecimentos não deveriam receber o recurso.
Perícia da PF ainda indica que em pelo menos 12 das 15 unidades reformadas houve superfaturamento, bem como em obras em hospitais. O laudo também aponta graves irregularidades na execução das obras do sistema de climatização e de gases medicinais.
O ex-prefeito Pedro Wosgrau Filho disse que o problema ocorreu porque o dinheiro vindo do Ministério da Saúde para reforma das unidades de saúde foi aplicado nas reformas dos hospitais sem a devida comunicação. "Quando deu problema, fizemos novos projetos, estudos e encaminhamos ao ministério que aprovou a reforma dos postos", lembra. Wosgrau afirmou que não houve desvio de verba pública.
O ex-secretário José Ribamar Kruger e a engenheira civil Silvianara Buss Laroca foram procurados para comentar a investigação da PF, mas não responderam às ligações. O marido da engenheira, o vereador Antonio Laroca, disse que a acusação é uma tentativa de intimidá-lo e que sua mulher irá sanar todas as dúvidas. Silvianara era engenheira responsável pela fiscalização das obras. Em depoimento à PF, ela disse que recebeu a função apenas de fiscalizar os trabalhos e não participou de processo licitatório nem da formulação de projetos.
A PF, porém, acredita que Silvianara cometeu falhas na fiscalização e acabou favorecendo as empresas contratadas, que não cumpriram integralmente com o serviço estabelecido em contrato. Mesmo não cumprindo todas as obras, as empresas teriam recebido integralmente o valor estabelecido em contrato.