A Polícia Federal (PF) concluiu nesta segunda-feira (11) sete inquéritos que investigam ex-deputados e indiciou André Vargas (sem partido-PR), Luiz Argôlo (SDD-BA), Pedro Corrêa (PP-PE) e sua filha Aline Corrêa (PP-SP). O doleiro Alberto Youssef e o empresário Pedro Paulo Leoni Ramos, que foi ministro do ex-presidente Fernando Collor, também foram indiciados.
Conforme a PF, os ex-deputados do PP recebiam uma espécie de mesada do doleiro porque o partido havia indicado Paulo Roberto Costa para a diretoria de Abastecimento da Petrobras. A propina correspondia a 1% do valor dos contratos fechados por essa diretoria, de acordo com Youssef.
No total, foram 30 indiciamentos. As suspeitas são de práticas de crimes como lavagem de dinheiro, corrupção passiva e ativa, fraude à licitação e organização criminosa. Youssef foi indiciado cinco vezes.
O empresário Leonardo Meirelles, sócio do laboratório Labogen, foi indiciado por fraude à licitação junto com o ex-ministro Leoni Ramos e André Vargas. A PF considerou fraudulenta a parceria entre a Labogen com o Ministério da Saúde para produzir o princípio de um remédio que era importado – negócio que renderia R$ 31 milhões ao laboratório.
A mulher de André Vargas, Eidilaira Soares Gomes, o filho e a nora de Pedro Corrêa são outros indiciados pela PF – acusados de terem servido de laranja para os ex-deputados. Além deles, o publicitário Ricardo Hoffmann, que foi dirigente da agência Borghi Lowe em Brasília, também foi indiciado. A agência atende o Ministério da Saúde e a Caixa Econômica Federal. Segundo a PF, produtoras de comerciais contratadas pela agência repassaram pelo menos R$ 3,17 milhões para empresas controladas por Vargas.
O advogado Haroldo Nater, que defende Meirelles, disse que “a PF cometeu um grande equívoco” ao indiciar seu cliente. Os demais defensores não foram localizados.