A Polícia Federal conduz 3.167 inquéritos sobre desvios de recursos e corrupção envolvendo somente as prefeituras em todo o país. Estão sob investigação 484 prefeitos e ex-prefeitos por violação ao Decreto Lei 201/67, que define os ilícitos de responsabilidade de administradores municipais. Em valores globais, todos os contratos sob apuração da PF envolvendo poder público prefeituras e os dos demais órgãos de governo somam R$ 11,651 bilhões.
Os dados constam de levantamento realizado pela Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Dicor) braço da PF que aloja setores estratégicos da instituição, inclusive o serviço de análise de dados de inteligência e a divisão de repressão a crimes financeiros. O Maranhão é o estado no qual a PF mais trabalha, com um acervo de 644 inquéritos relativos a fraudes em gestões municipais. A Bahia está em segundo lugar, com 490 inquéritos, seguida de Ceará (296) e Piauí (285). "Certamente esses estados, por serem mais carentes, com IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) muito baixo, acabam recebendo mais recursos da União, verba vinculada, e aí, obviamente, nessas regiões podem ocorrer mais desvios", disse o delegado Oslain Campos Santana, chefe da Dicor. Além de prefeitos e ex-prefeitos, são investigados 182 servidores municipais, 87 secretários municipais e 63 funcionários que ocupam cargos de comissão. Esses dados são relativos apenas à atuação da PF centenas de outros prefeitos e ex-prefeitos são réus em demandas movidas pelo Ministério Público nos estados.
Somados todos os inquéritos envolvendo o poder público, com ilícitos praticados com recursos da União em todos os níveis da administração municipal, estadual e federal, e todos os poderes, são 8,1 mil inquéritos, ou 10% do volume de investigações sob responsabilidade da PF. Para dar conta desse expediente, a direção-geral da PF criou as delegacias e setores de combate a ilícitos financeiros e ao crime organizado em todas as superintendências regionais.
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