A Polícia Federal do Rio Grande do Sul investiga fraudes no sistema de Seguro-Desemprego ocorridas na Agência do Sistema Nacional do Emprego/Fundação Gaúcha do Trabalho e Assistência Social (Sine), em Canoas.
As fraudes, segundo a PF, consistiam em inserção de dados falsos sobre dispensa de empregados (muitos nem mesmo haviam sido desligados das empresas em que trabalhavam), ou majoração de valores de salário com o intuito de aumentar os valores do benefício social.
A principal responsável pelas fraudes, S. S. S., contratada da Agência do SINE/FGTAS em Canoas, foi alvo do cumprimento do Mandado de Busca e Apreensão em sua casa na manhã de sexta-feira 28. Na manhã de ontem, ela foi interrogada e indiciada pela Polícia Federal pelo crime de Concussão (exigir vantagem indevida - pessoa equiparada a Funcionário Público).
Também serão interrogadas, de acordo com a PF, as pessoas que se beneficiaram do esquema fraudulento, devendo ser indiciados pelo crime de Corrupção Ativa (oferecer ou prometer Vantagem Indevida a Funcionário Público).
A PF acredita que deva ser grande o número das fraudes cometidas pois o Sistema do Sine não prevê checagem de dados nem sequer integração com outros sistemas públicos, tais como os da Previdência e do FGTS, bem como não havia rotinas de revisão das informações, o que permitiu que uma "contratada" inserisse dados sem qualquer critério ou prova de veracidade".
O Ministério do Trabalho e Emprego mandou auditores de Brasília para o Rio Grande do Sul, para realizar uma auditoria na Agência do SINE de Canoas, rotina que deverá se estender para as outras Agências.