A Polícia Federal investiga um novo esquema de corrupção em Rondônia envolvendo a Assembléia Legislativa. Agora, deputados são acusados de pagar dívidas pessoais com dinheiro público. De acordo com a Polícia Federal, só a folha de pagamentos paralela consumiu R$ 15 milhões nos últimos dois anos. Os deputados nomeavam funcionários fantasmas e embolsavam os salários. Segundo a nova denúncia, para escapar de auditorias, toda a contabilidade era registrada apenas num computador portátil controlado por uma funcionária de confiança da direção da Assembléia. O esquema da folha paralela foi descoberto no ano passado. Três pessoas foram presas e os deputados continuam sendo investigados.
Uma outra investigação da PF deu origem à operação Dominó, que prendeu 24 pessoas no estado, entre elas autoridades do Legislativo, do Judiciário e do Executivo.
A Polícia Federal descobriu ainda o envolvimento dos deputados num outro golpe: os empréstimos consignados. Usando o cadastro de assessores fantasmas, eles tomam dinheiro emprestado em financeiras. O desconto das parcelas é feito no contracheque do servidor que não existe. Assim, recebem grandes quantias adiantadas, mas quem paga a dívida é a Assembléia.
- Muitas vezes, o contracheque era rodado antes mesmo do servidor figurar formalmente no sistema da folha de pagamento - afirmou o delegado Marcelo Rezende.
As investigações mostram que uma nova leva de assessores fantasmas voltou a rondar a Assembléia, agora na folha de pagamento oficial. Gravações obtidas pela Policia Federal revelam uma situação absurda: a nomeações de credores, de um cabeleireiro e até de um pai de santo que atendia a mulher de um deputado. Acertos para pagar dívidas particulares com o dinheiro dos imposotos.
Carlão de Oliveira, ex-presidente da Assembléia, é apontado como chefe do esquema. Ele também foi preso na operação Dominó.
Segundo a Polícia Federal, ele, sozinho, manteria ilegalmente mais de 700 funcionários pagos com dinheiro público. Carlão foi preso na Operação Dominó, da PF, na semana passada.
Numa conversa gravada com autorização da Justiça, um motorista de Brasília que trabalhou para o deputado Carlão de Oliveira, conta a um amigo em que, para ser contratado, teve que repassar parte a maior parte do salário para o então diretor da Assembléia.
Na segunda-feira o STJ decide se aceita ou não o pedido de relaxamento da prisão de nove presos da operação Dominó, que estão em Brasília. São as autoridades que têm foro privilegiado. Os outros presos aguardam decisão da Justiça em Rondônia.
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