Brasília (Folhapress e AE) A Polícia Federal encaminhou ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF) o inquérito no qual é investigado o mensalão, o suposto pagamento de mesada feito a parlamentares da base aliada em troca de apoio ao governo.
No despacho de cinco páginas que acompanha os 11 volumes do inquérito, a PF pede um novo prazo de pelo menos 30 dias para dar continuidade ao trabalho, além da quebra de sigilo bancário e fiscal de empresas investigadas.
Entre as empresas suspeitas de intermediar o pagamento do mensalão estão a corretora Bônus-Banval, Guaranhuns Participações e a investidora Natimar.
É possível que elas tenham sido usadas para esquentar dinheiro frio destinado a políticos em operações comandadas pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza a pedido do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. Não há sugestão de indiciamento, o que só deverá ser feito pela Polícia Federal em fase mais avançada da investigação.
O despacho da PF para o Supremo também destaca as contribuições mais relevantes surgidas nos depoimentos colhidos o que inclui as versões para o caso apresentadas por nove parlamentares já ouvidos e as diligências ainda pendentes.
Todos os parlamentares e ex-parlamentares ouvidos pela PF, com exceção daqueles filiados ao PP, afirmaram que o dinheiro recebido foi usado para pagar contas de campanha. Os integrantes do PP disseram que destinaram seus valores a pagar pelos serviços de um advogado contratado para defender o deputado Ronivon Santiago (PP-AC) em processos judiciais.
Pelos nomes que surgiram até o momento na investigação, estão na lista de depoimentos pendentes ao menos cinco deputados, entre os quais José Dirceu (PT-SP), que chegou a marcar dia para ser ouvido mas depois cancelou a agenda. Também integra o conjunto de pendências a análise da contabilidade das empresas de Valério e de suas operações financeiras intermediadas pelo Banco Rural.
Outra diligência em curso e cujo resultado é vital para o inquérito são as quebras de sigilo de contas bancárias, no mercado financeiro norte-americano, que esclareceriam o fluxo do dinheiro de pagamentos feitos, por orientação do PT, ao publicitário Duda Mendonça.
Representantes da Polícia Federal, do Ministério Público e do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça (DRCI) estão em diligências nos Estados Unidos ao longo desta semana com o objetivo de agilizar o acesso aos documentos relativos à movimentação de Duda e Valério naquele país.
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