palocci na mira
A PF abriu inquérito para investigar o ex-ministro Antonio Palocci. A medida foi tomada por ordem do juiz Sergio Moro em despacho de 14 de abril. O inquérito apura se Palocci pediu R$ 2 milhões ao doleiro Alberto Youssef para a campanha de Dilma Rousseff em 2010. O depoimento que cita Palocci foi dado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Youssef, porém, negou. A defesa de Palocci tem reiterado que ele jamais pediu dinheiro à campanha de 2010.
A Polícia Federal (PF) pediu o rastreamento de todas as viagens feitas ao exterior pelo ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Ele é investigado nos processos da Lava Jato por consultorias prestadas e recebimentos milionários de empreiteiras do cartel, acusado de corrupção na Petrobras.
“Expeça-se solicitação de pesquisa das viagens ao exterior de José Dirceu”, registra despacho do delegado Márcio Adriano Anselmo, de 15 de maio.
Os investigadores suspeitam que Dirceu teria usado sua empresa, JD Assessoria e Consultoria, para ocultar propina em forma de consultoria. Da Engevix, uma das empreiteiras do cartel, ele recebeu R$ 2,6 milhões entre 2008 e 2012.
Parte desse dinheiro foi pago via empresa do lobista Milton Pascowitch – a Jamp Engenheiros Associados. Pascowitch foi preso em maio. Em um inquérito, o ex-ministro é investigado por suposta lavagem de dinheiro na compra de um imóvel de R$ 1,6 milhão, em 2012, em São Paulo, onde funcionava a JD Assessoria. Os trabalhos do ex-ministro também são investigados no caso da Camargo Corrêa, empreiteira que tem dois executivos delatores do processo.
Em março, a defesa do ex-ministro entregou à PF cópia de seu passaporte para provar que ele fez 108 viagens a 28 países. Os destinos mais frequentes foram Venezuela e Portugal, com 16 viagens para cada. Na sequência estão EUA (14 vezes) e o Panamá (8).
A maior parte dos deslocamentos ocorreu quando Dirceu já havia deixado a Casa Civil do governo Lula. O passaporte foi entregue por advogados do ex-ministro para comprovar que os serviços contratados pelas empreiteiras, como Galvão Engenharia, OAS e UTC , “foram prestados regularmente pela empresa JD Assessoria e Consultoria, principalmente em relação àqueles prestados no âmbito internacional”.
Em nove anos de atuação, segundo a defesa, a JD Assessoria prestou serviços a mais de 50 empresas no universo de quase 20 setores da economia. O ex-ministro, por meio de sua assessoria, rebate taxativamente a informação de que seria acusado de corrupção na Petrobras.
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