O delegado da Polícia Federal de Mato Grosso, Diógenes Curado Filho, responsável por um dos inquéritos que investiga a máfia dos sanguessugas, solicitou à Justiça Federal nesta terça-feira a quebra do sigilo bancário do empresário Abel Pereira.
O delegado pediu ainda a prorrogação do inquérito à Justiça, informou a assessoria da PF. Curado solicita também documentos às juntas comerciais de São Paulo e de Minas Gerais das empresas pelas quais Abel Pereira, que atua na construção civil em Piracicaba (SP), teria recebido dinheiro para supostamente facilitar a liberação de emendas parlamentares para a compra superfaturada de ambulâncias pelo Ministério da Saúde.
O empresário, que nega as acusações, é investigado porque os proprietários da empresa Planam, Luiz Antônio Vedoin e Darci Vedoin, informaram à polícia ter pago a Pereira 15 cheques de empresas da família no valor total de 601,2 mil reais.
``Vamos ver se confirma o pagamento em média de 6,5 por cento das emendas que o Vedoin diz'', afirmou a jornalistas o assessor da PF em Mato Grosso, Paulo Roberto Gomes.
Pereira teria ligações com o ex-ministro da Saúde na gestão Fernando Henrique Cardoso e atual prefeito de Piracicaba Barjas Negri. O possível pagamento para liberar emendas parlamentares teria ocorrido na gestão do ex-ministro, em 2002. O prefeito nega tal operação.
Para esclarecer a história, a Polícia Federal quer saber quem são os donos das empresas Kanguru Factoring Sociedade de Fomento Mercantil, de São Paulo; Datamicro Informática, de Governador Valadares (MG); e Império Representações Turísticas, de Ipatinga (MG). Vedoin alega que Pereira utilizou essas empresas para receber os recursos.
A família Vedoin, da empresa pivô do escândalo dos sanguessugas, conheceu Pereira há quatro anos por meio do ex-prefeito de Jaciara (MT), Valdizete Martins Nogueira. O ex-prefeito é um dos que serão interrogados pela PF com a possível prorrogação do inquérito.
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