Uma operação conjunta entre a Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público, que desbaratou um esquema de importação ilegal de produtos no aeroporto de Viracopos, em Campinas, resultou na prisão de dois delegados em São Paulo. Eles são acusados de liberar as mercadorias sem fiscalização. Foram presos André di Rissio, presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado, e Wilson Ordones, da delegacia do aeroporto. As investigações da operação chamada de 14 Bis começaram 12 meses atrás.
De acordo com a Polícia Federal, a Justiça expediu 16 mandados de prisão e 30 mandados de busca na Grande São Paulo e interior do Estado. Pelo menos 14 pessoas já havia sido presas até o final da tarde e estavam na sede da Polícia Federal em São Paulo. As bucas aconteceram nos municípios de São Bernardo do Campo, Jundiaí, Vinhedo, Valinhos, Campinas, Salto, São José do Rio Preto, Mirassol e ainda em Curitiba-PR. Os envolvidos serão indiciados pelos crimes de corrupção passiva e ativa, facilitação ao descaminho, tráfico de influência, sonegação fiscal e formação de quadrilha, na modalidade de organização criminosa.
Foram investigados empresários e despachantes aduaneiros que subfaturavam ou classificavam incorretamente mercadorias vindas de Miami, com a finalidade de sonegar impostos. Depois que os produtos entravam no país, ele pagavam propinas a servidores da Receita Federal para que as mercadorias fossem liberadas. Esses servidores vinham sendo investigados também pela Corregedoria-Geral da Receita Federal.
O delegado Ordones passou por várias delegacias da zona leste da capital para depois ser transferido para a Divisão de Atendimento da Polícia Civil nos aeroportos. Di Rissio, antes de ser presidente da associação, passou pelo setor administrativo e pela corregedoria da polícia. Ao ser detido, Ordones disse que estava passado mal e foi levado para um Pronto Socorro, onde está sendo atendido.
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