Brasília (Folhapress) A Polícia Federal prendeu ontem 34 pessoas, em seis estados da região amazônica, sob a acusação de fraudar documentos que lastrearam a comercialização ilegal de madeira.
Batizada de Ouro Verde, a operação policial também cumpriu 58 mandados de busca e apreensão de documentos e equipamentos em 23 municípios.
Em apenas quatro deles Tucuruí, Paragamina, Tailândia e Tomé-Açu, no Pará, estima-se que, no último ano, 148 empresas comercializaram ilegalmente cerca de R$ 65 milhões em madeira (72 mil metros cúbicos).
A investigação, conduzida pela PF em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), revelou a existência de um grupo especializado na falsificação e comercialização de Autorização de Transporte de Produtos Florestais (ATPFs), documento necessário para fazer circular nas estradas e no mercado a madeira extraída.
A PF identificou, em Goiânia, a gráfica Cometa, na qual eram produzidas, com ótima qualidade, ATPFs falsas. No local, a PF encontrou 500 ATPFs falsas. A fraude só foi detectada porque, nos impressos, havia referência errada ao número de uma lei.
"A fraude foi feita com tanta perfeição que (mesmo) servidores do Ibama não tinham condições de dizer se (as guias) eram ou não verdadeiras", disse a ministra Marina da Silva (Meio Ambiente).
Segundo Marina, a falsificação e o aprimoramento dos impressos fraudados foram um novo caminho que criminosos buscaram para continuar o comércio ilegal de madeira, diante do cerco da fiscalização.
Seis diretores e funcionários da gráfica Cometa estão no grupo de pessoas presas que inclui, além de empresários, dois fiscais da Secretaria de Fazenda do Pará. A investigação, que contou também com monitoramento telefônico nos últimos seis meses, revelou que cada ATPF era vendida por algo entre R$ 1.200 e R$ 1.800.
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