• Carregando...

O deputado federal eleito Juvenil Alves (PT-MG) foi preso na manhã desta quinta-feira (23) pela Polícia Federal em Belo Horizonte. Ele é acusado de fazer parte de uma organização criminosa especializada em crimes financeiros que, segundo a Receita Federal, pode ter causado um prejuízo superior a R$ 1 bilhão aos cofres públicos.

A operação, batizada de Castelhana, cumpriu 20 mandados de prisão em cinco Estados (MG, SP, RJ, PR e AL) e no Distrito Federal contra acusados de fazer parte da organização, entre eles políticos, empresários, contadores e advogados. No Paraná existiria um mandado de busca em Curitiba.

O deputado eleito tem 47 anos e foi detido em sua casa, no bairro Belvedere, na região centro-sul de Belo Horizonte, e levado para a sede da PF na capital mineira. Em São Paulo, a polícia já havia realizado uma operação nos escritórios de advocacia do político, entre eles um imóvel na avenida Pacaembu, na Zona Oeste da capital paulista. Uma outra pessoa, ainda não identificada, também foi presa.

Alves nasceu em Abaeté, região central de Minas, e obteve 110.651 votos nas eleições de outubro. É a primeira vez que ele foi eleito para a Câmara dos Deputados.

De acordo com a PF, os escritórios de advocacia de Juvenil Alves seriam supostamente responsáveis por trâmites burocráticos no exterior e no Brasil, além da constituição de empresas de fachada.

Os acusados poderão responder por crimes de lavagem de dinheiro, informação falsa em contrato de câmbio, evasão de divisas, sonegação fiscal, estelionato contra a fazenda pública, quadrilha e falsidade ideológica.

As investigações da PF apontam que os crimes eram cometidos para permitir que empresários mantivessem seus bens fora do alcance de possíveis cobranças fiscais e execuções judiciais. No total, as penas podem superar 35 anos de reclusão.

A ação visa cumprir, nesta quinta-feira, 20 mandados de prisão e realizar 50 buscas e apreensões. Participam da Operação Castelhana aproximadamente 250 policiais federais e 120 auditores da Receita Federal.

Todas as prisões, buscas e seqüestros de bens foram expedidos pelo Juízo Federal da Vara Especializada em "Lavagem de Dinheiro" de Belo Horizonte. De acordo com a PF, as prisões temporárias são válidas exclusivamente por cinco dias e têm por finalidade garantir que testemunhas não sejam intimidadas e que provas sejam ocultadas.

Representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) acompanham os policiais nas ações nos escritórios de advocacia. Segundo a PF, o esquema de fraudes da organização criminosa faria uso de sociedades anônimas estabelecidas no Uruguai e na Espanha, em nome de "laranjas", para ocultar e dissimular valores e bens de empresários brasileiros.

O nome da operação foi escolhido em razão da atuação da quadrilha e países hispânicos, como Uruguai e Espanha.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]