A Polícia Federal prendeu o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e mais 16 pessoas na Operação Avalanche, realizada ontem em Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo. Segundo investigações da PF, o grupo criminoso composto por empresários, despachantes aduaneiros, advogados e policiais civis e federais. Eles praticavam extorsão, fraudes fiscais e corrupção.
Valério e seu sócio num escritório de consultoria, o advogado Rogério Lanza Tolentino, foram presos em suas residências, em Belo Horizonte. Ambos são réus no processo do mensalão suposto pagamento de propina a parlamentares em troca de apoio ao governo federal.
"Só posso dizer o seguinte: é um processo que teve início em São Paulo no ano passado e na época o possível crime a ser investigado era contrabando. Eu nunca soube que Marcos Valério ou Rogério tivessem exportado ou importado qualquer coisa. Mas agora os delegados já falam em corrupção, outras coisas e a gente não tem como avaliar sem ver", afirmou Paulo Sérgio de Abreu e Silva, que representa Tolentino.
O cerco ao grupo começou quando foram cruzados dados de empresários que apresentavam problemas junto ao fisco e que praticavam extorsão, exigindo valores em troca de possível solução.
Na sede da PF em Belo Horizonte, Valério e Tolentino permaneceram numa sala à espera da transferência para a capital paulista. Segundo fontes da PF, o empresário demonstrava mais abatimento e constrangimento com a prisão.
Tolentino foi preso em seu apartamento. Os agentes cumpriram mandado de busca e apreensão no local e em seu escritório de advocacia, onde recolheram HDs de computadores.
Segundo Abreu e Silva, seu cliente também não chegou a ser algemado e os policiais tiveram um comportamento "cordial". "No mandado de prisão constava essa recomendação de não haver publicidade e nem de emprego de algema porque a juíza (Paula Mantovani Avelino, da 1ª Vara Federal Criminal do Júri e das Execuções Penais de São Paulo) entendia que não era caso para isso".
Os suspeitos presos em Belo Horizonte deixaram a sede da PF em viaturas por volta das 17 horas. Eles seriam transportados para São Paulo em um avião da corporação.
Desde o estouro do escândalo do mensalão, que levou ao fechamento das agências de publicidade SMPB e DNA, Valério cujos bens estão bloqueados afirma que tem vivido de consultorias empresariais do escritório que mantém com Tolentino em Belo Horizonte.
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