A Polícia Federal (PF) prendeu nesta quarta-feira(01) três pessoas, entre elas dois secretários municipais, e apreendeu diversos documentos em uma operação de combate à corrupção no norte de Minas Gerais. Os agentes federais cumpriram mandados em 15 municípios. De acordo com a PF, a Operação 1655 foi deflagrada com o objetivo de "estancar a sangria de recursos públicos" por meio de fraudes em licitações nas áreas de saúde e educação.
Coordenador da investigação, em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF), o delegado Marcelo Eduardo Freitas estimou que o prejuízo aos cofres públicos pode atingir até R$ 100 milhões.
A apuração teve início após o Ministério Público Estadual (MP-MG) apontar desvio de recursos no município de São João da Ponte, relativos à compra de medicamentos, móveis e equipamentos hospitalares de uso permanente. Um inquérito foi aberto pela PF em novembro do ano passado. De acordo com o delegado, as licitações eram fraudadas mediante acordo prévio e com participação de servidores públicos.
"Eram empresas fantasmas, vinculadas ao mesmo grupo de pessoas ou empresários", disse. "Em alguns casos, o valor do superfaturamento dos produtos chegou a 86%. Muitas vezes, os medicamentos e materiais permanentes sequer foram entregues."
Em São João da Ponte, a PF verificou que, dos R$ 515 mil em materiais vendidos pela empresa fornecedora, um total de R$ 195 mil em equipamentos não foram encontrados. As compras foram feitas com recursos repassados pelo Ministério da Saúde.
Conforme Freitas, os valores desviados eram rateados entre os envolvidos com o suposto esquema. Ao todo, pelo menos 45 pessoas são investigadas. A PF cumpriu nesta quarta mandados de prisão preventiva contra Hélio Rodrigues Neres - apontado como o proprietário das empresas de fachada -, o secretário de Saúde e a secretária de Finanças de São João da Ponte, Fagner Magela Fernandes Cordeiro e Rita de Cássia Dias Costa Cordeiro.
O secretário de Saúde, segundo a PF, é irmão do prefeito da cidade, Fábio Luiz Fernandes Cordeiro (PTB), o Fábio Madeiras - que recentemente chegou a ser afastado do cargo pela Justiça, sob a acusação de improbidade administrativa, mas conseguiu retornar ao comando do Executivo municipal.
Além dos mandados de prisão em São João da Ponte, a PF cumpriu também 18 mandados de busca e apreensão e 14 de busca e constatação em outras 14 prefeituras da região: Salinas, Bocaiúva, Montes Claros, Montalvânia, São João das Missões, Várzea da Palma, Itacarambi, Rio Pardo de Minas, Catuti, Miravânia, Matias Cardoso, Riacho dos Machados, Padre Carvalho e Glaucilândia. Segundo a PF, com a quebra do sigilo fiscal das empresas participantes das licitações e de Neres, a Receita Federal verificou que foram emitidas notas fiscais também em favor destes municípios.
A reportagem não conseguiu, até o início da noite de hoje, contato com os advogados dos suspeitos presos.
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