Dois integrantes do diretório municipal do PSDB de Paranaguá, Vanderli Cunha do Rosário e Anderson Wanderci Pinto Barboza, e o presidente do PSB no município, o ex-vereador Arnaldo Maranhão, foram presos pela Polícia Federal na tarde de ontem. Eles são acusados de ameaça e tentativa de suborno de testemunhas do inquérito aberto pelo Ministério Público que investigou a troca de cargos comissionados no Porto de Paranaguá por apoio político para as eleições deste ano e a arrecadação ilegal de recursos para financiamento de campanha eleitoral na cidade.
A investigação do Ministério Público apontou o pré-candidato à prefeitura de Paranaguá Alceu Maron Filho (PSDB) como responsável pelo comando de todas as operações irregulares. Ele teria prometido aos envolvidos que influenciaria seu primo Airton Maron ex-superintente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) para conseguir cargos comissionados no porto.
Alceuzinho, como é conhecido o pré-candidato, o presidente do PSL na cidade, Ênio Campos Silva e o funcionário comissionado da Appa Ademar João Neves, além dos três presos ontem, foram denunciados pelo Ministério Público à Justiça. De acordo com a denúncia do MP, eles se associaram em uma quadrilha estruturada com o objetivo de reforçar a candidatura de Alceuzinho. Agora eles são réus em ação penal por tráfico de influência, formação de quadrilha, coação de testemunhas e corrupção.
Troca de favores
Segundo o MP, o grupo oferecia cargos comissionados da Appa em troca de apoio político e angariava recursos financeiros para a campanha do tucano cobrando uma espécie de dízimo dos ocupantes dos cargos. O esquema começou a ser investigado pelo MP em março, após o comerciante Antônio Cézar Teixeira denunciar à promotoria o pagamento de R$ 22 mil a Ênio Campos Silva para ser indicado para um cargo no porto. O MP conseguiu a quebra do sigilo bancário de Silva, comprovando os depósitos realizados em sua conta.
Dois ex-funcionários da Appa também prestaram depoimentos ao MP reforçando as suspeitas de irregularidades. A ex-secretária de departamento da superintendência Nazareth Abel de Lima e o ex-presidente do PR na cidade Fabiano "Jamanta" Ribeiro Filho contaram que receberam propostas para usar o cargo em favor das articulações políticas de Alceu.
As prisões de ontem ocorreram porque Rosário, Barboza e Maranhão procuraram Antônio Cézar Teixeira e Fabiano Jamanta para que modificassem depoimentos no MP. O presidente do PSB, cotado como candidato a vice-prefeito na chapa de Alceu, teria oferecido R$ 5 mil para Teixeira mudar sua versão. Rosário e Barboza teriam ameaçado Fabiano Jamanta de morte.
Dízimo
Fabiano Jamanta havia dito em entrevista a Gazeta do Povo que ocupou um cargo na Appa por indicação de Alceu Maron. O MP descobriu, durante as investigações, que ele também pagou R$ 4 mil para ser indicado ao cargo e contribuía mensalmente com R$ 1 mil para a campanha do tucano.
Segundo os promotores, o funcionário comissionado da Appa Ademar João Neves seria o responsável por receber uma espécie de "dízimo partidário". Ele procurou Nazareth para que contribuísse com R$ 300 mensais para a campanha de Alceuzinho. O valor correspondia a 10% do salário do cargo ocupado por ela.
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