A Polícia Federal (PF) recebeu ontem da Justiça Eleitoral o extrato bancário do coordenador da campanha do PT em Londrina, Augusto Ermétio Dias Júnior, referente ao mês de agosto do ano passado. Principal acusado no caso do suposto caixa 2 na campanha do prefeito Nedson Micheleti, Dias Júnior teve o sigilo bancário quebrado depois que a ex-assessora financeira Soraya Garcia acusou-o de ter depositado na própria conta três cheques de R$ 10 mil cada, doados fora da contabilidade oficial por uma empresa de eletroeletrônicos da cidade. Ele nega a informação.
O delegado Kandy Takahashi, que preside o inquérito, informou que não pode revelar a existência ou não do depósito porque a investigação corre em segredo de Justiça. "Em razão da movimentação bancária que consta da documentação, por enquanto não posso falar nada", declarou o delegado. "Recebemos o extrato mas precisamos aprofundar mais os detalhes sobre o que nos chegou", disse. Takahashi, porém, afirmou serem insuficientes os dados enviados pela Caixa Econômica Federal (CEF) para concluir a análise das movimentações bancárias de Dias. A PF vai requisitar extratos de novos períodos apontados por Soraya no ano passado. Somente depois da chegada do novo material é que Dias Júnior deve ser convocado para prestar depoimento.
Combustível
O delegado já concluiu parte da investigação referente aos postos de combustível. Na semana passada, o último depoimento foi de Sérgio Sant'Ana, delegado regional do Sindicombustível (Sindicato dos Revendedores de Combustível de Londrina), que confirmou gastos de R$ 46 mil em outros oito postos. Na prestação de contas, o PT informou à Justiça Eleitoral gastos de R$ 46 mil apenas no Auto-Posto Com-Tour, que seria o único utilizado oficialmente pela campanha petista.
A PF também ouviu donos de gráficas e estamparias que prestaram serviços ao PT. Eles atestaram que venderam ao partido apenas o que estava declarado nas notas fiscais apreendidas pela PF na semana passada, durante as buscas e apreensões. Uma das empresas que forneceu camisetas e adesivos é da família do atual tesoureiro do PT, Francisco Moreno.
Em breve a PF deve começar a ouvir pessoas que prestaram outros tipos de serviços ao partido, seguindo indicação da ex-assessora. (MF)
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