As buscas e diligências feitas pela Polícia Federal (PF) dentro da Operação Mãos Limpas ainda estão em curso. Ao todo foram realizadas 18 prisões temporárias, fora as conduções coercitivas para tomada de depoimento, e serão realizadas 94 buscas e apreensões. Cerca de 600 policiais estão mobilizados nas ações em quatro estados: Amapá, Pará, Paraíba e São Paulo.
Os presos devem ser trazidos para Brasília ainda hoje, chegando à noite à capital federal. Alguns deles, os que têm direito à prerrogativa de foro especial, como o governador do estado do Amapá, Pedro Paulo Dias (PP), e o presidente do Tribunal de Contas do estado, Júlio Miranda, ficarão na Superintendência da PF. Os demais serão recolhidos na ala federal do Presídio da Papuda.
Os presos irão para Brasília por se tratar de um inquérito judicial presidido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O relator é o ministro João Otávio de Noronha, que decretou sigilo das investigações.
O presidente do Tribunal de Contas do Amapá foi preso em João Pessoa (PB). Ele é um dos acusados de envolvimento com a quadrilha que desviava recursos federais transferidos para o estado do Amapá. Em busca realizada na residência dele, foram encontrados cinco carros de luxo na garagem, entre os quais, uma Ferrari, um Maserati e um Mercedes.
A investigação que resultou na Operação Mãos Limpas começou depois que a Superintendência da PF no estado do Amapá recebeu denúncias sobre ilícitos que estariam sendo praticados em diversos órgãos governamentais do estado, por agentes políticos e públicos, em conjunto com empresários privados da região.