A Polícia Federal (PF) suspeita que foram apagados alguns arquivos da memória de computadores pessoais do delegado Protógenes Queiroz, criador da Operação Satiagraha, apreendidos por ordem judicial. Peritos federais trabalham na recuperação dessas informações. O resgate do conteúdo de discos rígidos e pen drives é uma tarefa complexa, mas possível. Tal procedimento já foi feito em outras investigações.
A suspeita sobre a exclusão de dados surgiu a partir de uma análise preliminar das pastas criadas pelo delegado que comandou a missão contra o banqueiro Daniel Dantas, do Grupo Opportunity, condenado a 10 anos de prisão por crime de corrupção ativa e alvo de inquérito sobre suposto esquema de fraudes fiscais, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
A PF ainda não tem condições de afirmar que o conteúdo dos registros deletados é pertinente com a Satiagraha ou outra missão policial que Protógenes dirigiu. Seus computadores, celulares, pen drives e cartões de memória foram recolhidos na madrugada de 5 de novembro em 3 endereços, no Rio, em São Paulo e Brasília.
O mentor da Satiagraha é suspeito de ter vazado informações secretas da operação. Inquérito da PF constatou que ele mobilizou pelo menos 84 agentes e oficiais da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para tocar a ofensiva contra Dantas. O inquérito é presidido pelo delegado Amaro Ferreira, da Corregedoria da PF.
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