Costa: prisão preventiva decretada por tempo indeterminado| Foto: Sergio Lima/ Folhapress

A Polícia Federal (PF) suspeita que o doleiro Alberto Youssef, alvo da Operação Lava Jato, pagou R$ 7,9 milhões em propinas, entre 2011 e 2012, para o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa – preso desde a semana passada. Ao menos parte dos pagamentos, segundo a PF, estavam "relacionados a obras da refinaria Abreu e Lima [em Pernambuco], licitada pela Petrobras na qual o investigado (Costa) teve participação".

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Indiciado por corrupção passiva, Costa foi preso em regime temporário, no dia 19, pelo prazo de 5 dias. Ontem, acolhendo pedido da PF, a Justiça Federal decretou sua prisão preventiva – a menos que consiga obter habeas corpus em algum tribunal, ele ficará preso até a instrução processual em juízo. Costa está detido na sede da PF em Curitiba.

A Operação Lava Jato foi deflagrada há 8 dias e desmontou um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro que atingiu o montante de R$ 10 bilhões. Além do caso da Petrobras, Youssef é suspeito de agir em conluio com Costa para desvios de recursos do Ministério da Saúde. Youssef já havia sido protagonista do escândalo Banestado, evasão de US$ 30 bilhões nos anos 1990.

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Intermediação

O ex-diretor da Petrobras recebeu dinheiro e uma Land Rover de Youssef sob alegação de que havia prestado "serviços de consultorias". Mas rastreamento promovido pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão do Ministério da Fazenda que mapeia movimentações na rede bancária, indica que a relação do ex-diretor da Petrobras com Youssef "é bem mais profunda do que a alegada consultoria".

"A prova documental revela pagamentos vultosos, sub-reptícios e sem causa lícita efetuados pelo doleiro Alberto Youssef a Paulo Roberto Costa", diz a PF. Os pagamentos ocorreram, segundo planilhas apreendidas pela PF, entre 28 de julho de 2011 e 18 de julho de 2012.

"As informações do Coaf sugerem a existência de uma conta corrente de Costa com o doleiro, além de contas comuns no exterior e a entrega de relatórios mensais da posição dele com o doleiro" e "com pagamentos em haver para ele e para terceiros, alguns deles também relacionados a negócios envolvendo a Petrobras", diz a PF.

Dentre os documentos apreendidos pela PF, há uma planilha que faz referência a uma sigla que a PF acredita se tratar de uma empreiteira responsável por parte das obras na refinaria Abreu e Lima, licitada pela Petrobras, com valor de cerca de R$ 8,9 bilhões.

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A defesa de Paulo Roberto Costa alega inocência de seu cliente e ontem entrou com um habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região para libertá-lo.