Depois do roubo de mais de R$ 2 milhões, mudanças na Superintendência da Polícia Federal do Rio. O superintendente do órgão, delegado José Milton Rodrigues, e seu adjunto, Roberto Prel, seriam os únicos mantidos nos cargos. Todos os outros chefes serão substituídos a partir desta sexta-feira. Uma das trocas anunciadas na quinta-feira foi a da delegada Maria Cristina Dourado, da Delegacia Especial de Combate ao Crime Organizado. Serão substituídos os chefes das delegacias Fazendária, de Entorpecentes, Previdenciária, Marítima e de Patrimônio.
Policiais federais prenderam na noite de quarta-feira dois homens que podem ajudar nas investigações do roubo dos R$ 2 milhões apreendidos durante a Operação Caravelas. Os dois sabem quem passou dois cheques que teriam sido desviados durante uma operação da PF de combate a uma rinha de galos, na qual foi preso o publicitário Duda Mendonça. Os dois presos podem apontar um agente que teria repassado os cheques. Uma das linhas da investigação do roubo de R$ 2 milhões é a de que os mesmos agentes estariam envolvidos nos dois casos.
Em dezembro, dois meses depois da operação que levou à prisão Duda Mendonça e mais cinco pessoas, diretores do Clube Privê Cinco Estrelas, onde funcionava uma rinha de galos, procuraram a PF para denunciar o desaparecimento de um talonário de cheques do clube. Foi aberta uma sindicância. Os dois cheques do talão foram descontados numa agência bancária de Jacarepaguá. Os policiais federais rastrearam o depósito e chegaram a dois moradores do bairro. Chamados para depor, os dois homens disseram que receberam os cheques de um agiota que atuava em Jacarepaguá, na Barra da Tijuca e no Recreio. O nome não foi revelado, mas as duas testemunhas disseram que o agiota era da polícia. Só não souberam dizer se era um policial civil, militar ou federal.
Na quinta-feira, uma equipe de policiais federais sob o comando do superintendente de Goiás, delegado Manoel Duailibe, chegou ao Rio para dar andamento ao processo de incineração de 1,6 tonelada de cocaína apreendida na Operação Caravelas. A droga será queimada nesta sexta-feira no forno de uma empresa, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.
O diretor-geral da PF, delegado Paulo Lacerda, também esteve na quinta-feira no Rio. Além de discutir as mudanças na superintendência, ele vistoriou com engenheiros o prédio da PF, na Praça Mauá. A intenção é investir cerca de R$ 45 milhões na reforma do prédio e na construção de um novo edifício.
Na quinta à noite prestou depoimento em Goiânia Sandra Tolpiakow, uma das sócias das redes Satyricon e Capricciosa, presa durante a Operação Caravelas. Ela negou que seu ex-marido, José de Palinhos - preso sob acusação de ser um dos cabeças da quadrilha que pretendia enviar 1,6 tonelada de cocaína em bucho de boi para a Europa - tenha qualquer participação nos restaurantes. Sandra, que tem dois filhos de Palinhos, disse que sua relação com ele se limitava a questões relacionadas aos filhos e que não sabia que o ex-marido tinha envolvimento com o tráfico.
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