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A Polícia Federal voltará a interrogar nesta segunda-feira (11) suspeitos já ouvidos pelos delegados na Operação Xeque-Mate, que investiga exploração de jogo ilegal e tráfico de influência.

Isso acontecerá em virtude das divergências nos depoimentos já tomados. Haveria nesta manhã acareação entre suspeitos, no entanto, após acordo entre a PF e o Ministério Público, ficou definido que as acareações ocorreriam somente em juízo. Os interrogatórios dos suspeitos já ouvidos devem ser realizados na parte da tarde.

Prestam depoimento nesta manhã um delegado da PF, apontado por ter repassado informações privilegiadas a interrogados, e um delegado da Polícia Civil, investigado pelo suposto recebimento de propina de proprietários de caça-níqueis para não apreender as máquinas.

Sessenta e sete pessoas permanecem presas na sede da PF - a prisão temporária foi prorrogada na sexta-feira (8). Dos cinco que permanecem foragidos, segundo a Interpol (polícia internacional), dois estão no exterior - um no México e outro no Paraguai -, e três no Brasil.

A prisão temporária, válida por cinco dias, pode ser prorrogada pelo mesmo período. Portanto, a prisão dos suspeitos vence na quarta-feira (13). Após expirar o prazo, a PF deve pedir prisão preventiva - vale por tempo indeterminado - a pelo menos 20 dos 67 presos atualmente.

A operação

A Operação Xeque-Mate investiga a exploração de caça-níqueis e corrupção. A PF chegou a prender 80 pessoas, entre elas, o ex-deputado estadual Nilton Servo e o pai de um afilhado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dario Morelli Filho. Mas 13 pessoas foram libertadas no fim de semana.

As investigações atingiram o irmão mais velho do presidente Lula, Genival Inácio da Silva, o Vavá. Ele foi indiciado por tráfico de influência no Executivo e exploração de prestígio na Justiça, mas não chegou a ser preso.

Em entrevista coletiva neste domingo (10), o advogado Nelson Passos Alfonso, que defende Vavá, disse que seu cliente não tem preparo nem nível de instrução suficiente para fazer lobby.

"Ele (Vavá) me disse que nunca esteve em um ministério. Não tem condições de se portar em frente a um ministro, não tem preparo para isso. Lobby, apresentações, credenciais, ele não fez", disse o advogado, destacando que Vavá fez apenas o Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização), projeto mantido governo federal durante a ditadura militar para ensinar jovens e adultos a ler e escrever.

Questionado se essa seria uma estratégia para desqualificar intelectualmente Vavá, Passos mostrou irritação. "De forma alguma. Ele é um homem simples. Não o estou desrespeitando", respondeu.

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