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Depois de 22 anos de criação, o PFL decidiu mudar de nome. Disposto a assumir um papel de protagonista no cenário político nacional, a legenda vai passar a se chamar Partido Democrata (PD), mudança que foi aprovada nesta quinta-feira em reunião da executiva nacional, que discutiu também uma pauta de princípios para criar a moldura de um novo partido. Um deles é a defesa das privatizações e a primeira empresa estatal na mira é a Infraero.

As transformações no partido vão além de uma simples plástica. O PFL quer aproveitar a oportunidade para começar a apostar numa carreira solo e deixar de ser coadjuvante do PSDB, partido do qual foi aliado formal nos últimos 12 anos, tanto no governo como na oposição. Embora o presidente da legenda, Jorge Bornhausen (SC), tenha dito que a refundação do partido não significa o fim da relação com o PSDB, o distanciamento deve se manifestar já nas eleições municipais de 2008. A proposta é estimular o lançamento de candidaturas próprias para todas as prefeituras sem priorizar as alianças com os tucanos. Será um ensaio para uma sonhada candidatura própria ao Palácio do Planalto, em 2010.

Bornhausen explicou que uma convenção nacional será realizada no dia 28 de março para oficializar a mudança de nome, escolhido por uma pesquisa de opinião encomendada pelo partido. Segundo ele, no mesmo dia será escolhido o novo presidente do partido. Os diretórios regionais, municipais e nacional serão dissolvidos para dar origem a diretórios provisórios, que devem ser aprovados no dia 15 de março.

- É uma renovação das lideranças dos partidos. Estamos em busca de um modelo que permita a nossa oxigenação. Estamos partindo para uma nova etapa de busca do poder. Cabe à nova geração caminhar nessa busca - disse Bornhausen.

Segundo ele, a primeira prioridade é buscar novas lideranças nos municípios, mas isso não impede que o partido busque parlamentares com projeção nacional. Bornhausen também não descarta a possibilidade de fusão com outras legendas, mas não citou nomes.

Segundo Bornhausen, o nome PFL é provisório até hoje no estatuto partidário, embora a sigla tenha completado 22 anos.

- Na verdade, nosso partido sempre considerou a possibilidade de trocar de nome porque PFL era uma opção provisória, agora chegou a hora de renovar - disse.

Quanto à escolha do nome Partido Democrata, ele considera melhor e muito mais sonoro ser chamado de democrata, em comparação a pefelista. Acha ainda que os filiados terão facilidade de explicar a bandeira ao eleitor:

- Temos uma onda de populismo na América do Sul e o contraponto ao populismo é a democracia. Logo, o contraponto aos partidos que apoiam governos populistas será o Partido Democrata.

Cartório

Defensor da refundação do PFL, o deputado José Carlos Machado (SE), que assumiu a quarta secretária da Câmara logo após a posse da nova legislatura, afirma que o partido precisa de caras novas e com coragem de defender propostas positivas para o país, como a privatização de alguns setores. Sem citar exemplos, o pefelista disse que em alguns estados o partido virou uma espécie de cartório nas mãos de um mesmo grupo político.

- Há diretórios por aí que são verdadeiros cartórios, que estão nas mãos de determinadas pessoas desde que foi fundado. É preciso que haja renovação dos quadros dirigentes, abrigar caras novas, com coragem de defender as mudanças necessárias para o Brasil - disse.

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