A dois dias da eleição para a presidência do Senado, PFL e PSDB lançaram, nesta terça-feira, um manifesto de apoio à candidatura do senador Agripino Maia (PFL-RN), que ganhou também a adesão pública do senador eleito Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). Projeções de aliados de Agripino apostam em um empate técnico do pefelista com o adversário Renan Calheiros (PMDB-AL), que briga pela reeleição.
De acordo com essa estimativa, ambos teriam 37 votos e a disputa seria decidida pelo voto de sete indecisos. Já o grupo de Renan, conta com cerca de 50 votos, o que garantiria sua vitória.
Pelas contas de Agripino, ele terá, no dia da votação, os votos dos 17 senadores da bancada do PFL e de pelo menos 12 dos 13 votos do PSDB. Mas o presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), vinha tentando contornar as resistências de pelo menos três senadores tucanos em se engajar na campanha do candidato pefelista: Lúcia Vânia (GO), Álvaro Dias (PR) e Flecha Ribeiro (PR).
Os dois primeiros estariam de olho na vaga que o partido terá na Mesa Diretora da Casa. Já o tucano João Tenório (AL), por razões regionais, já manifestou seu voto em Renan. O suplente do governador de Alagoas, Teotonio Vilela, fez alianças com o grupo de Renan nas eleições do ano passado.
A adesão de Jarbas Vasconcelos à campanha de Agripino não surpreendeu Renan. Antes de fazer o anúncio, o ex-governador pernambucano fez questão de avisar o colega de bancada para que não contasse com seu voto.
- Expliquei a Renan que venho para o Senado disposto a fazer oposição ao governo Lula e por isso não votaria nele - contou Jarbas, que acabou participando do lançamento do manifesto em apoio à candidatura de Agripino.
No manifesto, Agripino garante que, se eleito, não será obstáculo à governabilidade do país e nem pretende distinguir aliados de adversários. Ele fez questão de reconhecer os méritos de seu adversário, mas ressaltou sua intenção de garantir uma maior independência para a Casa, salientando ainda que não iria oferecer benesses -mesmo se pudesse- em troca de apoios.
Questionado se essa seria uma provocação ao atual presidente do Senado, ele negou.
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