Políticos do PSDB e do PFL também receberam dinheiro das contas de agências do publicitário mineiro Marcos Valério. Os recursos teriam sido usados pelo pefelista Roberto Brant e pelo tucano João Leite na campanha eleitoral para prefeito de Belo Horizonte, em 2004.
Ministro da Previdência no governo Fernando Henrique, o deputado Roberto Brant (PFL-MG) informou nesta quinta-feira que seu assessor Nestor Francisco Oliveira sacou R$ 102 mil da conta de uma das empresas de Valério na agência do Banco Rural em Brasília.
Brant comunicou à direção do PFL que recebeu uma doação eleitoral "por fora", da empresa Usiminas, no valor de R$ 150 mil. Esse dinheiro, deduzidos os impostos, resultou no saque de R$ 102 mil, feito por seu assessor. O deputado afirmou que esse tipo de doação faz parte do sistema eleitoral brasileiro:
- Quem não tiver recebido dinheiro não contabilizado que atire a primeira pedra - disse.
Brant afirmou ter usado o dinheiro para pagar Iran Pessoa de Melo, que era responsável pela propaganda de televisão de sua campanha para a prefeitura de Belo Horizonte. O deputado informou à direção do PFL que vai fazer a retificação em sua prestação de contas.
O deputado estadual João Leite, candidato do PSDB a prefeito de BH, também teria recebido dinheiro de Valério durante a campanha. O engenheiro Paulo Menecucci, que até então não tinha explicado porque fizera saques na conta da SMP&B, informou nesta quinta-feira a políticos mineiros que o dinheiro foi usado para gastos da campanha de João Leite. Nos números apurados até agora pela CPI dos Correios, Menecucci sacou R$ 205 mil.
Os saques identificados até o momento nas contas de Valério foram feitos por pessoas ligadas a seis partidos: PT, PTB, PP, PL, PSDB e PFL. A soma feita pelos técnicos da CPI dos Correios dos saques em dinheiro em 2003 e 2004 nas contas das agências SMP&B e DNA, do publicitário, no Banco Rural já ultrapassa R$ 30 milhões. São pelo menos 46 os destinatários dos recursos, 36 da primeira agência e outros dez da DNA.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Deixe sua opinião