O líder do PFL na Câmara, deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ), pretende pedir a destituição de dirigentes dos três fundos de pensão ligados a empresas estatais que fizeram investimentos no Banco Santos poucos dias antes da intervenção do Banco Central na instituição. Segundo a CPI dos Correios, a Funcef (Caixa Econômica Federal), a Postalis (Correios) e o Nucleos (empresas da área de energia nuclear) investiram aproximadamente R$ 23,5 milhões menos de 10 dias antes da intervenção feita no dia 12 de novembro de 2004.
A Funcef aplicou, segundo a CPI, R$ 10 milhões no Santos no dia 5 de novembro, sete dias antes do BC atuar. A Postalis tinha R$ 9,750 milhões investidos no banco, sendo que R$ 1 milhão foi destinado a instituição, de acordo com os dados obtidos pela comissão, no dia da intervenção. J á o Nucleos aplicou R$ 3,6 milhões no Santos, R$ 1,8 milhão no mesmo dia 12 de setembro em que foi feita a intervenção.
O pefelista pretende pedir a destituição dos dirigentes com base nas informações que, na avaliação dele, indicam que pode ter ocorrido gestão temerária nos fundos. Ele pretende mandar ofícios para a Secretaria de Previdência Complementar (SPC) do Ministério da Previdência, para a diretoria das empresas patrocinadoras dos fundos e para as associações de funcionários das três estatais.
Para os técnicos da CPI dos Correios, as operações feitas pelos fundos foram de alto risco, porque naquele momento todo o mercado já sabia da situação em que se encontrava o Banco Santos, que desde setembro tinha a sua classificação de risco sendo modificada. Segundo o deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), sub-relator responsável pelas investigações que envolvem os fundos de pensão, a CPI vai fazer o mapeamento de todas as operações feitas pelos 14 fundos de pensão que estão sendo investigados com o Banco Santos:
- Queremos identificar em que casos pode ter havido gestão temerária. Pretendemos apontar se foram feitos investimentos de maneira irresponsável - afirmou o deputado ACM Neto.