O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC) disse ontem, em Curitiba, que as alianças no Paraná serão decididas pelo diretório regional, independentemente da coligação fechada pelo partido para a candidatura de presidente da República. Bornhausen veio ao Paraná proferir uma palestra a empresários de Curitiba e aproveitou a viagem para conversar com a bancada e a direção do partido no estado.
Bornhausen diz que as alianças nacionais estão sendo definidas com calma em função da peculiaridade destas eleições. "Esta será uma eleição polarizada, plebiscitária e provavelmente se definirá no primeiro turno. Daí o cuidado que se tem na formação das alianças", diz o senador catarinense.
Nacionalmente, o PFL tem uma aliança fechada com o PSDB e conversa com o PMDB. Mas para fechar o acordo, o PMDB precisa chegar a uma decisão se terá candidato próprio ou não. O PFL e o PSDB esperam que o PMDB comece a definir a questão na reunião da executiva nacional marcada para amanhã.
Já no Paraná, o diretório regional terá autonomia. "A questão estadual vai ser decidida aqui pelos companheiros do Paraná e com coerência. Na minha opinião esse é o caminho certo. A única condição que nós temos é apoiar alguém que, seja do partido que for, apóie também o governador Geraldo Alckmin. É o único pedido do diretório nacional", diz Bornhausen.
O presidente do diretório regional do PFL, Abelardo Lupion, adianta que não há a mínima possibilidade de PMDB e PFL pisarem no mesmo palanque no Paraná. "Pode até haver uma coligação com o PMDB em nível nacional, se eles toparem. Isso não significa que faremos uma aliança com o PMDB aqui. Está completamente descartada essa aliança", diz Lupion.
Osmar Dias continua sendo o grande nome das oposições no Paraná, garante Lupion. "Não queremos nos precipitar, sem a definição do quadro nacional é impossível definir qualquer tipo de aliança", afirma. "Por isso estamos com muita calma, esperando o momento certo para fechar qualquer tipo de aliança. O senador Osmar Dias tem a nossa preferência. Se tivermos condições nacionais de fazer isso, faremos, se não tivermos, teremos que analisar", diz o presidente do diretório paranaense.
Apesar das pressões dos próprios parlamentares do partido, Lupion estima que somente no período das convenções, em junho, é que o nome do candidato a ser apoiado pelo PFL vai ser definido.
Na aliança local, o PFL não está pedindo nenhum nome na chapa majoritária. A prioridade é eleger o maior número possível de deputados. De 5 a 8 federais e de 9 a 12 estaduais. O partido baixou sua representação nas últimas eleições federais. De oito deputados, passou para dois em 2002 (Lupion e Eduardo Sciarra). Na Assembléia Legislativa são quatro representantes nesta legislatura (Durval Amaral, Élio Rusch, Nelson Justus e Plauto Miró). Mas se for conveniente apresentar nomes para a chapa majoritária, pode ser do empresário Joel Malucelli e do ex-prefeito Cassio Taniguchi.