Procuradores responsáveis pelas investigações da Operação Lava Jato suspenderam nesta quinta-feira (24) as tratativas finais para a assinatura dos acordos de delação do empresário Marcelo Odebrecht e de mais de 70 executivos da empreiteira, segundo disse uma fonte que acompanha o caso de perto. As negociações devem ser retomadas a partir de segunda-feira (28).
Pelo planejamento inicial, os acordos começariam a ser assinados na quarta-feira (23) e seriam encerrados nesta quinta-feira. Mas, uma série de dúvidas, surgidas quando advogados e procuradores já estavam reunidos, obrigaram as duas partes a adiar o desfecho das delações mais esperadas desde o início da Lava Jato.
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Leia a matéria completaUm dos empecilhos para a assinatura dos acordos está relacionado a distribuição dos valores da multa a ser paga pela Odebrecht, algo em torno de US$ 2 bilhões, entre Brasil, Estados Unidos e Suíça.
Autoridades americanas exigiram um valor maior que o previsto inicialmente, mas os procuradores da Lava-Jato entenderam que não poderiam abrir mão das somas a serem destinadas aos cofres brasileiros.
A partir daí, os negociadores começaram a discutir uma fórmula para resolver a questão. As tratativas seriam retomadas hoje numa teleconferência. Mas, por conta do feriado do dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, as conversas foram adiadas para a próxima semana. Outros detalhes também teriam contribuído para o atraso no desfecho do caso. Uma das dúvidas seria se Emílio Odebrecht poderia ou não frequentar a sede da empresa.
O empresário, que deve ser punido com prisão domiciliar, é presidente do conselho de administração da Odebrecht. A Procuradoria-Geral da República e assessoria da Odebrecht não se manifestaram sobre a questão. Advogados e réus começaram a chegar em Brasília na terça-feira. Ontem, pouco antes da reunião na sede da Procuradoria-Geral, envolvidos nas negociações diziam que todos os acordos seriam assinados, no mais tardar, nesta quinta-feira.
Mas, ao longo da reunião, com o surgimento das dúvidas, os procuradores acharam melhor interromper o trabalho até a redefinição dos valores a serem divididos entre Brasil, Estados Unidos e Suíça, as três partes diretamente interessadas no acordo de leniência da Odebrecht.
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