O jornal Folha de S. Paulo mostrou na edição desta segunda-feira (23) que a Procuradoria-Geral da República (PGR) pretende rastrear ao menos R$ 62,5 milhões registrados como doações eleitorais durante a campanha de 2010. A intenção é saber se o dinheiro desviado da Petrobras foi usado para promover candidatos em campanha.
A PGR questiona o pagamento de contribuições para o PMDB (R$ 32,8 milhões), PT (R$ 9,8 milhões) e PSDB (R$ 9 milhões).
Dois políticos do estado integram a lista que será mapeada. A senadora Gleisi Hoffmann (PT), que recebeu R$ 1,5 milhão das empreiteras Camargo Corrêa e OAS, e o deputado federal Nelson Meurer (PP), que contou com a contribuição de R$ 500 mil da Queiroz Galvão.
Os repassas são relativos à campanha eleitoral de 2010. Outros 13 nomes de políticos integram a lista, representando um valor total de R$ 11 milhões.
Além de Gleisi e Meurer, outros nomes de destaque que serão investigados pela PGR são o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que contou com a colaboração de R$ 160 mil da UTC e Odebrecht, e o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) –a Camargo Corrêa doou R$ 500 mil para a campanha do deputado federal.
“Seja oficial ou não oficial, não são doações, são empréstimos. A empresa está emprestando pro cara e depois vai cobrar”, disse Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, em depoimento que compõe sua delação premiada.