O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse nesta quinta-feira (24) que vai analisar a informação do senador Pedro Taques (PDT-MT) de que o escritório de advocacia do ex-procurador-geral da República Geraldo Brindeiro recebeu R$ 161.279,85 do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Gurgel, que conduz três inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) que investigam a relação de Cachoeira com parlamentares, disse que nunca ouviu falar em uma eventual participação de Brindeiro no suposto esquema.
"Eu tive notícia disso da mesma forma, no pronunciamento do senador Pedro Taques. Realmente não tive conhecimento disso. Eu acho que é uma coisa da advocacia mesmo. Não é nada que diga respeito ao Ministério Público, é algo que diz respeito à advocacia privada dele, mas, claro, qualquer fato com que a gente se depare, nós temos que examinar se há algo para se apurar em relação a isso", disse.
Brindeiro foi procurador-geral da República entre 1995 e 2003. Hoje, é subprocurador da República e atua como advogado no escritório Morais, Castilho e Brindeiro. Segundo a Constituição Federal, membros do Ministério Público admitidos antes de 1988 podem advogar. "Ele pode advogar", atestou Gurgel.
O procurador-geral mencionou que esse tipo de acusação costuma aparecer com frequência contra advogados criminalistas. Isso porque, como eles defendem criminosos, costumam receber o pagamento em dinheiro de origem suspeita. Não há na lei brasileira nenhum impedimento quanto a esse tipo de remuneração a advogados. "Esta é uma questão que se coloca muito em relação aos advogados criminais. Eles sabem sempre a origem deste dinheiro? Como eu só tive notícia dessa manifestação do senador Pedro Taques, isso vai ser avaliado. Agora, é algo com que eu não tinha me deparado" declarou Gurgel.
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