A CPI dos Sanguessugas vai convocar novamente o empresárioLuiz Antônio Vedoin, apontado como um dos chefes da máfia das ambulâncias, para que confirme ou não novas denúncias feitas por ele. Em entrevista à revista "Veja", Vedoin disse ter pago R$ 40 mil de propina ao senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) em troca de emendas para a compra de ambulâncias. O dinheiro, segundo ele, teria sido repassado ao senador pelo ex-deputado Lino Rossi (PP-MT).

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O empresário vai ter que explicar por que excluiu Antero do depoimento prestado à Justiça Federal de Mato Grosso, em que denunciou 115 parlamentares e ex-parlamentares.

Nesta segunda, Paes de Barros anunciou por meio de sua assessoria de imprensa que vai pedir a prisão de Vedoin. A assessoria do senador também afirmou que ele vai processar o empresário e pedir ao Ministério Público Federal que revogue a delação premiada concedida a Vedoin, benefício de redução da pena garantido ao acusado que cooperar com as investigações da Justiça.

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- Vou pedir à CPI que me investigue o mais rápido possível e que os resultados sejam logo anunciados. O Vedoin tem que apresentar alguma prova dessa acusação leviana que fez - afirmou Paes de Barros, segundo sua assessoria.

O senador, que está em campanha em Mato Grosso, informou ainda que está acertando com presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), sua vinda à Brasília na próxima quarta-feira para que, em reunião da CPI, possa defender-se das acusações de Vedoin.

Antero Paes de Barros também negou as afirmações de Vedoin de que o acordo era para a totalidade das emendas da bancada do PSDB, cujo líder, segundo Vedoin, era o senador.

- Nunca aceitei ser líder e nem coordenador de bancada porque nunca tratei de orçamento durante meu mandato. Essa acusação é falsa e leviana - afirmou Paes de Barros, em nota à imprensa, ao anunciar ainda que vai interpelar judicialmente Lino Rossi para que confirme ou não as informações de Vedoin.

Luiz Antônio Trevisan Vedoin é um dos donos da Planam, empresa apontada como principal organizadora do esquema de utilização irregular de recursos do Orçamento da União para a compra de ambulâncias destinadas a municípios com preços superfaturados. O empresário estava preso em Cuiabá, mas foi beneficiado pela delação premiada após prestar um longo depoimento de nove dias à Polícia Federal daquele estado e comprometer-se a colaborar com as investigações da Justiça.

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Para a CPI dos Sanguessugas, Vedoin já prestou dois depoimentos e colocou-se à disposição para mais esclarecimentos. Segundo informações da secretaria da CPI, ainda não foi agendada qualquer reunião para esta quarta-feira.

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