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Interatividade

Derosso poderia continuar tendo influência nos rumos da Câmara?

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O presidente interino da Câmara de Curitiba, Sabino Picolo (DEM), diz que costuma ouvir o presidente licenciado da instituição, João Cláudio Derosso (PSDB), antes de tomar as decisões porque ele tem mais experiência sobre os assuntos da Casa. Derosso presidiu a Câmara por 15 anos antes de se afastar, em novembro passado, em razão de investigações sobre a sua gestão.

"Quando se esbarra em alguma dificuldade, eu consulto os diretores e o Derosso. Não se pode menosprezar a experiência que ele tem como presidente", diz. Picolo fez uma reunião na quarta passada para decidir sobre a redução de comissionados exigida pelo Ministério Público e chamou Derosso para opinar. Picolo garante que todos os vereadores – ou todas as bancadas – serão ouvidas para encontrar a melhor forma de diminuir o número de comissionados.

Nem sempre Picolo age de acordo com a opinião de Derosso. Hoje, segundo o portal da transparência da Câmara, existem 40 servidores comissionados ligados à presidência. Embora nenhum tenha sido demitido, o presidente interino não garante a permanência deles com a readequação. "Em 15 anos, algumas pessoas se sentiam donas do cargo, ficaram acomodadas", diz. "Com a reorganização, podemos fazer algumas mudanças na presidência", promete. Ele ainda cita a aprovação da Lei Orgânica, a redução do recesso e não reeleição do presidente e da mesa como medidas importantes da gestão.

Poder

Para o cientista político Fabrício Tomio, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o fato de Picolo ouvir Derosso sobre a questão dos comissionados é uma demonstração de poder do presidente licenciado. "Não é natural que isso aconteça, mesmo com o tempo que passou como presidente. Se ele exerce alguma influência, é porque o atual presidente se submete a isso. Não é ilícito ele ser ouvido e se tornar uma espécie de consultor, mas obviamente é estranho", diz.

Tomio afirma ser difícil determinar qual o grau de influência de Derosso sobre a Mesa Executiva. No caso dos comissionados, ele explica que Derosso participa porque foi responsável pela contratação dos funcionários ligados à presidência. "De alguma forma, ele está participando da negociação, porque esses quadros foram escolhidos por ele", diz. No entanto, Tomio lembra que a Mesa Executiva e o presidente têm autonomia para atender a determinação do Ministério Público sem ouvir o presidente licenciado. "Se estão ouvindo, estão atribuindo poder a ele", diz.

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