O piloto Marco Aurélio Incerti de Lima assumiu, em depoimento à policia nesta segunda-feira (20), ter executado um procedimento não-recomendado para pousar o Airbus A320 da TAM em 17 de julho, de acordo com o promotor Mário Luiz Sarrubbo. O pouso ocorreu no mesmo dia do acidente que matou 199 pessoas em São Paulo.
Desde janeiro é recomendado aos pilotos que coloquem os dois manetes da aeronave na posição reverso logo depois de tocar o solo, mesmo que um dos reversos esteja pinado (travado), como no caso do vôo 3054. O piloto disse, segundo o promotor, que colocou apenas um dos manetes na posição recomendada porque considera o procedimento mais seguro. Lima teria deixado na posição "idle" (ponto morto) o manete da turbina direita e acionado o reverso máximo da esquerda.
Incerti e o co-piloto Daniel Alves da Silva comandaram a aeronave no trecho entre o Aeroporto de Congonhas e o Aeroporto de Confins, em Minas Gerais, e no vôo de volta a São Paulo. Foi a última tripulação a voar no Airbus A320 antes de a aeronave ser comandada pelos pilotos Kleyder Lima e Henrique de Sarro. Horas depois, o avião se chocou com o prédio da TAM Express no fim do vôo 3054, entre Porto Alegre e São Paulo.
O procedimento de pouso adotado por Incerti ficou registrado na caixa preta da aeronave. As investigações do acidente buscam saber se o mesmo procedimento foi adotado pela tripulação do vôo 3054 e se a posição dos manetes pode ter influenciado na tragédia. De acordo com o promotor, o piloto afirmou também durante o depoimento que a pista do aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, estava escorregadia no dia do acidente.
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