Um comunicado divulgado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) afirma que comandantes de vôos têm omitido panes nas aeronaves para não expor as companhias aéreas para as quais trabalham. O documento diz que o problema tem ocorrido "constantemente" e relata pelo menos dois casos no Aeroporto de Congonhas.
Em ambos, os comandantes não acionaram a chamada situação de emergência através de comunicação à torre de controle, e apenas solicitaram "QAP" (comando para permanecer na freqüência) aos serviços contra incêndio. O procedimento evitou a entrada na pista dos carros de bombeiros, o que daria divulgação aos episódios. No primeiro caso, um avião ATR-42, com 29 pessoas a bordo, havia sofrido uma pane no motor direito, com o aquecimento da turbina e o conseqüente risco de incêndio.
"Fatos como esse colocam em risco a vida de pessoas considerando que no caso de uma ocorrência mais grave durante o pouso, o tempo de reação dos bombeiros será maior, diminuindo a possibilidade de resgate de passageiros e tripulantes com vida", diz um trecho do comunicado.
O documento é enfático ao condenar a atitude dos pilotos: "Entende-se que é necessário conscientizar os pilotos sobre a gravidade da situação ou mudar a legislação em vigor para não corrermos o risco de perdemos vidas humanadas em virtude da ação de comandantes que não desejem expor a empresa aérea em uma situação de emergência".
E reafirma o procedimento correto: "Informamos que a SCI (Serviço de Contra Incêndio) fica de 'QAP' 24 horas por dia e cabe ao Cmt (comandante) informar sua 'condição de urgência' ou 'condição de socorro', através da nomenclatura 'PAM,PAM,PAM' ou 'MAYDAY,MAYDAY,MAYDAY' respectivamente".
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