Em Belo Horizonte, a venda da pílula do dia seguinte sem receita médica coloca a saúde das mulheres em risco. A pílula é indicada para uso após a relação sexual para evitar gravidez indesejada. Com eficácia de até 97% se tomada até 24 horas após a relação sexual, ela impede a fecundação.

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Os ginecologistas consideram a pílula do dia seguinte um método contraceptivo de emergência, que deve ser receitado em casos específicos, como quando um preservativo se rompe.

O medicamento, de tarja vermelha, provoca efeitos colaterais e tem contra-indicações. Por isso, só pode ser vendido com a apresentação da receita. Em cinco farmácias de Belo Horizonte, a equipe de reportagem do Jornal Nacional constatou que a pílula é vendida sem receita.

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O uso exagerado do remédio pode provocar danos à saúde da mulher, como hemorragias e distúrbios hormonais. Há risco também de ela enfrentar problemas quando quiser engravidar.

Para os médicos, o uso rotineiro desse medicamento é mais um fator de risco para a Aids, já que as mulheres poderiam estar recorrendo a ele por não usar o principal método para prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, que é a camisinha. Punição

A Federação dos Farmacêuticos diz que não tem como controlar a venda dos remédios. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as farmácias podem ser punidas com multa, interdição ou até mesmo cassação do alvará se venderem o medicamento sem receita.

Três da farmácias flagradas não quiseram se pronunciar. As outras duas alegaram desconhecer a resolução que proíbe a venda do medicamento sem apresentação de receita.