A pirataria é responsável pela redução de cerca de dois milhões de postos de emprego no Brasil. A estimativa é do presidente do Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual (CNCP) do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto. Segundo ele, essa prática afasta novos investimentos estrangeiros, além de forçar muitas empresas a fechar as portas por causa da concorrência desleal.
"A pirataria é um mal mundial que afeta a população como um todo. Ela tem que ser combatida com a eficácia que se deseja: com repressão, educação da população e campanhas econômicas que ofereçam ao cidadão alternativas legais de consumo", afirmou Barreto.
Para ele, a repressão ao crime tem se intensificado no Brasil. Em 2005, foram apreendidas mercadorias na fronteira de Foz do Iguaçu, no Paraná, equivalentes a cerca de R$ 350 milhões a mais que em 2004. Agora, os esforços estarão concentrados no combate à demanda, através de campanhas de conscientização popular.
"Enquanto houver procura, vai haver falsificação. As pessoas precisam sentir vergonha por usar produtos piratas, por entender que eles reduzem o número de empregos e muitas vezes põem em risco a saúde", disse.
Segundo o presidente do CNCP, a compra de itens piratas ajuda, ainda, a financiar o crime organizado, já que as quadrilhas que atuam nesse setor são as mesmas que fazem tráfico de drogas, armas e munições. Para ele, a indústria precisa usar a criatividade para ocupar as lacunas onde a pirataria atua. "Um filme que é lançado no cinema demora até 40 dias para chegar nas locadoras, enquanto isso os DVDs piratas têm o mercado só para eles", observou, sugerindo a venda de DVDs e de CDs já nos cinemas, simultaneamente à exibição dos filmes.
"Estamos buscando linhas populares, descontos para estudantes, produtos mais baratos que possam substituir os produtos piratas, oferecendo a garantia de que não vão fazer mal ao consumidor", acrescentou Barreto.
De acordo com ele, as operações de combate à falsificação de produtos revelam que as quadrilhas estão se especializando cada vez mais. Segundo o presidente do CNCP, além dos tradicionais cigarros, bolsas e calçados, foram encontrados nas últimas operações da fiscalização diversos produtos falsos como bisturis cirúrgicos, cateteres cardíacos e até medicamentos para tratamento de câncer.
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