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O ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, foi denunciado à Justiça Federal, nesta terça-feira, pelos crimes de corrupção passiva, evasão de divisas, lavagem de dinheiro (duas vezes), formação de quadrilha e organização criminosa. A denúncia foi feita pelo procurador da República Rodrigo de Grandis, do Ministério Público Federal em São Paulo.

Segundo a denúncia, o prefeito enviou para contas bancárias em Nova York (EUA), Suíça e Ilhas Jersey (Comunidade Britânica), recursos provenientes de corrupção na realização de obras públicas na capital de São Paulo durante os quatro anos em que ficou à frente da secretaria de Finanças (1993-1996) e durante seu mandato de prefeito (1997-2000), na construção da avenida Água Espraiada. O dinheiro foi enviado por meio de sofisticados esquemas financeiros, diz o procurador.

Além de Pitta, foram denunciados a bancária Rachelle Abadi e o banqueiro Edmundo Safdié, acusados de montar as operações financeiras que permitiram a transferência de recursos ilícitos para o exterior e de manterem na Suíça um banco destinado para operações deste tipo. Rachelle, também conhecida como Chella ou Sheila Abadi, pode responder pelos mesmos crimes de Pitta, exceto corrupção. Safdié poderá ser processado na Justiça Federal pela operação de lavagem de dinheiro do ex-prefeito na Suíça.

A nova denúncia, se recebida, tramitará na 2ª Vara da Justiça Federal, junto com o processo do qual são réus o ex-prefeito Paulo Maluf (1993-1997), seu filho Flávio, o ex-diretor financeiro da Mendes Júnior, Simeão Damasceno, e o doleiro Vivaldo Alves, o Birigui, uma vez que Pitta é acusado de integrar a mesma quadrilha.

Segundo a denúncia, um esquema de corrupção foi montado na Prefeitura de São Paulo na gestão do prefeito Paulo Maluf, durante as obras de canalização do córrego da Água Espraiada e na construção da avenida de mesmo nome. A obra, concluída apenas em 2000, na gestão de Celso Pitta, custou R$ 796 milhões.

Além desta denúncia, o procurador pediu também a abertura de inquérito policial contra Mauricio Abadi, primo de Rachelle, e operador das contas de Pitta em Nova York, além de três funcionárias daquele banco Dália Ozeri, Socorro Ciprian e Alphonsa Frazier.

O MPF pediu ainda abertura de investigação contra Jorge Yunes, que realizou um empréstimo suspeito em benefício de Celso Pitta, pois a operação pode caracterizar, eventualmente, participação do empresário na ocultação e simulação de dinheiro proveniente de crimes contra a administração pública praticados pela organização criminosa.

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