Acusado de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, pivô da Operação Lava Jato, o deputado Luiz Argôlo (SDD-BA) assinou na tarde desta quarta-feira (7) o documento em que é citado como investigado na Corregedoria da Câmara. Ele terá cinco dias para apresentar a sua defesa.
O pedido de investigação foi feito à Corregedoria da Câmara pelo líder do PPS, Rubens Bueno (PR). Ontem, ele questionou o sumiço do colega. "Se ele não deve, o momento de imediato é se defender. Quando alguém se esconde de ser notificado ou não dá a sua devida defesa é porque algo mais grave está acontecendo", disse.
Segundo a assessoria, ele não deve falar em público e irá se pronunciar apenas na corregedoria, onde ele deve apresentar os contrapontos às denúncias publicadas mostrando o envolvimento dele com Youssef.
Na tarde de hoje, o PSOL apresentou uma representação contra Argôlo no Conselho de Ética da Casa. O colegiado deverá abrir o procedimento para avaliar se o pedido de investigação deve ser aceito ou não. Se os deputados aceitarem a representação, o conselho terá 90 dias para concluir o processo. Se for constatada a quebra de decoro parlamentar, o conselho pode pedir a cassação do mandato do deputado.
O presidente do Conselho, deputado Ricardo Izar (PSD-SP), afirmou que há uma preocupação em relação ao tempo apertado, já que o recesso parlamentar será realizado em julho e a Câmara deve funcionar mais lentamente durante a Copa do Mundo e o período de campanha para as eleições. Ele levantou a possibilidade de realizar sessões extraordinárias para concluir o processo.
Ontem, o corregedor da Casa, deputado Átila Lins (PSD-AM), afirmou que irá priorizar este processo porque considera o caso grave. "Não posso fazer nenhum prejulgamento mas os indícios são muito fortes sobre o envolvimento dele com o doleiro", disse.
Depois disso, o corregedor deverá elaborar um parecer sobre o caso indicando se a Casa deve prosseguir com a investigação no Conselho de Ética. Caberá ao presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), decidir se enviará o processo ao conselho.
Ontem, a Folha de S.Paulo revelou que relatório da Polícia Federal interceptou mensagens de texto indicando que o deputado pediu dinheiro ao doleiro para pagar gado em seu Estado, na Bahia.
No mês passado, a revista "Veja" publicou que Argôlo pedira R$ 120 mil para Youssef, que transferiu para o chefe de gabinete do deputado. Segundo a revista, Argôlo nega que o ''LA'' do relatório policial seja ele.
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