Brasília (Folhapress) O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato disse ontem à CPI dos Correios que seguiu orientação do então ministro Luiz Gushiken (Comunicação de Governo) e do então presidente do banco Cássio Casseb ao autorizar o adiantamento de recursos da Visanet para a agência DNA, do publicitário Marcos Valério de Souza, em 2003.
"No caso da nota técnica, ele (Gushiken) disse que eu assinasse porque não havia nenhum problema. Eu entendi aquilo como uma ordem porque eu não ia me confrontar com o ministro", afirmou o ex-diretor de marketing.
Pizzolato tentou se eximir da responsabilidade por supostas irregularidades na instituição afirmando que sua diretoria apenas estruturava as campanhas de publicidade, não cuidando de pagamentos nem de gestão de recursos. Esse também foi o argumento utilizado por Gushiken quando depôs na comissão. "A diretoria de marketing não tinha alçada individual, tudo era decidido por comitês", disse ele.
O desconhecimento dos processos decisórios do Banco do Brasil alegado por Pizzolato irritou os parlamentares, que ameaçaram prendê-lo. "Não é possível que fiquemos aqui como paspalhos ouvindo tanta mentira", afirmou o sub-relator adjunto, deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ).
Repreensão
O presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), também repreendeu Pizzolato. "A um diretor do Banco do Brasil não se admite o desconhecimento de algumas práticas. A idéia que passa é que o Banco do Brasil era uma barafunda, uma torre de Babel, o que não é verdade", disse o senador.
A assessoria de Gushiken, atualmente chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, foi procurada pela reportagem, mas não se pronunciou. Cássio Casseb não foi localizado para comentar as declarações de Pizzolato.
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