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O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil (BB), Henrique Pizzolato, poderá perder o título de cidadão honorário da cidade de Toledo, no Oeste, após ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por participação no esquema do mensalão. Cinco vereadores protocolaram um projeto que pede a revogação da honraria aprovada em 1994 e proposta pelo então vereador Aldeni Araújo.

Tita Furlan (PV), um dos vereadores que propuseram a cassação do título, disse que não se justifica mais a honraria após Pizzolato ter sido condenado, estar foragido e ser procurado pela Interpol, a polícia internacional. "Vejo que o título, ainda que no tempo que ele recebeu tenha feito por merecer e ele fosse uma pessoa digna, caiu por terra no momento que veio sentença e ele fugiu. Isso retira a honraria dele", avalia Furlan.

O vereador Neudi Mosconi (Solidariedade), diz que revogar a honraria é uma forma de repudiar as atitudes de Pizzolato. "Continuar ostentando [o título de cidadão] é uma afronta a própria história do município", diz.

O projeto, no entanto, divide opiniões. O deputado Elton Welter (PT), classifica como "tolice" e sugere que seja cassado o título de cidadão honorário concedido ao ex-prefeito Derli Donin, que também foi condenado pelo STF. "Esse é um critério midiático, momentâneo e tolo. Na minha visão é oportunismo. Se esse for o critério [a condenação pelo STF], tem que cassar mais título, um deles do ex-prefeito Derli Donin que foi condenado", afirma.

Já o prefeito Beto Lunitti (PMDB), preferiu não comentar o caso, disse apenas que o pedido de revogação é um assunto do Legislativo.

Repercussão

Familiares de Pizzolato que moram em Toledo preferem manter o silêncio sobre o caso, mas pessoas próximas a família afirmam que os parentes acreditam que a condenação foi um equívoco. O pai de Pizzolato, que tem 85 anos e mora em Santa Catarina, teve o estado de saúde agravado nos últimos dias, segundo uma pessoa ligada à família.

O ex-diretor do BB morou em Toledo nos anos 80 onde foi candidato a prefeito, mas não teve sucesso nas urnas. Ele fundou e presidiu o Sindicato dos Bancários local echegou a disputar o governo do estado em 1990 pelo PT. Na época, durante a campanha, ele atacava com veemência a corrupção.

A reportagem não conseguiu contato com o ex-vereador Aldeni Araújo, autor da proposta que deu a honraria a Pizzolato e que atualmente reside em Palotina, nem com o ex-prefeito Derli Donin, citado pelo deputado Elton Welter.

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