O PL entrou com representação no Conselho de Ética contra seis deputados do PTB nesta quarta-feira por quebra de decoro. Pela manhã foram protocolados representações contra os deputados: Sandro Matos (RJ), Neuton Lima (SP), Joaquim Francisco (PE) e Alex Canziani (PR). Em seguida, no início da tarde, contra mais dois: Romeu Queiroz (MG) e Dr. Francisco Gonçalves( MG). O PTB reagiu dizendo que se trata de uma retaliação do PL, que estaria tentando atrapalhar as investigações do mensalão.
As representações assinadas pelo advogado Marcelo Bessa, que tem a procuração do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, vão para a presidência para serem numeradas e depois serão encaminhadas para o Conselho de Ética. A partir do momento em que o processo for aberto no Conselho de Ética, os parlamentares não poderão renunciar para evitar a perda de direitos políticos.
A ação tem quatro páginas e destaca trechos do depoimento do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) em que ele diz que autorizou aos parlamentares do partido que fizessem despesas em função do acordo tratado com o PT. Ainda na avaliação do PL, como Roberto Jefferson não citou nomes, todos os candidatos pelo partido nas eleições de 2004 ficaram sob suspeita.
Depois das representações apresentadas pelo PL, o líder do PTB na Câmara, José Múcio Monteiro (PE), e o secretário-geral do partido, o deputado Luiz Antônio Fleury Filho (SP), reuniram-se com os seis deputados. O líder do PTB disse que a iniciativa do PL é uma forma de retaliar o PTB e atrapalhar as investigações e advertiu:
- É uma retaliação. Se começar a briga de partidos, daqui a pouco tem 513 representados. É uma forma de dificultar. Os culpados têm interesse no tumulto - disse Múcio, afirmando que o objetivo do encontro era dizer aos colegas que o partido está ao lado deles.
Fleury Filho concordou que a intenção "dos verdadeiros culpados é evitar a apuração" das investigações.
- Quando eu era procurador, a gente percebia quando queriam tumultuara as investigações, era só trazer mais gente sem prova para tumultuar a apuração - disse.
Indagado se seu partido também não estaria recorrendo ao mesmo instrumento, Flery disse que isso deveria ser perguntado ao presidente do PTB, que entrou com representação ontem contra os deputados José Dirceu (PT-SP) e Sandro Mabel (PL-GO).
O deputado Francisco Gonçalves (MG), um dos que constam das representações do PL, disse que está tranqüilo e que tudo não passa de uma retaliação.
- Meu compromisso é com a verdade. Quem está com a verdade não tem nada a perder. Trata-se de uma retaliação do PL - afirmou.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura