Brasília, (AE) A queda na avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apontada pela pesquisa CNT/Sensus, e a indicação de um cenário pouco otimista na economia fizeram com que governistas e oposição chegassem a um raro consenso. Os dois lados avaliam que o processo eleitoral do próximo ano poderá ser definido pela capacidade ou não de o governo obter sucesso com sua política social.
Governistas concordam que bons resultados nesse setor, especialmente dos programas Bolsa-Família e Luz para Todos, e na geração de empregos poderão produzir o efeito necessário para driblar o maciço ataque da oposição na campanha eleitoral, centrado nas denúncias de corrupção contra PT e governo. E a oposição também acha que o governo fará de tudo para faturar dividendos políticos com suas ações sociais.
"Não tenho dúvida nenhuma de que o governo pretende usar eleitoralmente sua área social, como o programa Bolsa-Família, e apelar para o assistencialismo. O governo quer injetar dinheiro direto na veia do eleitor", avisa o líder do PFL, deputado Rodrigo Maia (RJ).
"Com discurso e ação fortes na área social, poderemos ser bem-sucedidos na campanha. Porque se houver queda expressiva de juros, como se espera para o próximo ano, isso ataca diretamente a classe média, aquece a economia e gera empregos. E um Bolsa-Família forte ataca diretamente as necessidades das camadas mais baixas", avalia o deputado petista José Eduardo Cardozo (SP).
A preocupação do governo com o cenário de 2006 aumentou após a pesquisa CNT/Sensus, que apontou na última terça-feira, a rejeição do presidente Lula saltando de 39,35%, em setembro, para 46,7% em novembro.
Historicamente, 35% é o limite de rejeição para um candidato disputar uma nova eleição com chances. Acima disso, a situação se complica.
Originalmente, o governo avaliava que a economia, mais que os programas sociais, seria sua melhor arma em 2006.
Essa certeza já não é tão forte e a área social surge como o roteiro mais seguro para a campanha eleitoral.
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