O Planalto cedeu e chamou ontem o comandante da rebelião o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ) para negociar um acordo em um ponto considerado essencial pelo governo: a aprovação do Marco Civil da Internet, que está trancando a pauta da Câmara há meses. Cunha foi recebido ontem à noite pelo vice-presidente, Michel Temer e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Antes da reunião, Cunha afirmou que não terá posição individual sobre o assunto e que ficará a cargo da bancada decidir o que fazer. O peemedebista tem sido um ferrenho opositor da proposta do Marco Civil, defendida pelo Planalto. "Esclareço que é normal e sempre terei reuniões com governo. Mas a posição que a bancada adotará em cada matéria será sempre a decisão da bancada e nunca a minha", disse Cunha. "Estamos defendendo a internet livre, sem regulação. Essa foi a decisão da bancada."
A aproximação do Planalto com o líder da bancada do PMDB ocorre após a tentativa inicial, que se mostrou fracassada, de isolá-lo politicamente. O Marco Civil é tratado com prioridade pelo Planalto porque Dilma pretendia apresentá-lo na conferência internacional sobre governança na internet que o Brasil sediará em abril.
Municípios
Outro foco de preocupação do Planalto é que hoje serão votados pelo Congresso 12 vetos presidente Dilma Rousseff. O ponto mais polêmico é sobre o texto que facilita a criação de municípios, vetado integralmente sob o argumento de que a nova lei aumentaria as despesas públicas. O governo teme que quase 400 municípios sejam criados a partir das novas regras.
Em fevereiro, quando ainda não havia rebelião na base, o veto chegou a entrar na pauta. Sob risco de perder a votação, o Planalto articulou o adiamento da votação que agora está marcada para a noite de hoje.
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