A autorização da Câmara dos Deputados para a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff não pegou de surpresa o Palácio do Planalto, o PT e nem o ex-presidente Lula, mas o tamanho da derrota impressionou o governo.
O Planalto dá agora como praticamente certa a admissão do processo na Comissão Especial a ser instalada no Senado e considera a situação “dramática”, mas já começou a ofensiva para tentar barrar a deposição da presidente no plenário da Casa.
“Eu vou lutar até o fim”, afirmou Dilma, de acordo com relato dos que estiveram com ela, no Palácio da Alvorada. “A luta continuará até o último instante nas ruas, na Justiça e no Parlamento. Não podemos descansar. Quem pensa que eu vou renunciar pode tirar o cavalinho da chuva”, emendou a presidente, que acompanhou a votação no Alvorada, onde se reuniu com Lula e com ministros do PT.
Apesar da declaração de resistência, nos bastidores o Planalto avalia que a guerra será ainda mais dura. Em conversas reservadas, dirigentes do PT diziam que a única chance de sobrevivência reside na ampliação do desgaste do vice-presidente Michel Temer. Na noite deste domingo, o comentário no Alvorada era de que Temer “não vai ter paz” de hoje em diante.
O governo aposta agora no presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para evitar que prazos de tramitação do processo sejam atropelados. A Advocacia-Geral da União (AGU) ainda avalia se recorrerá da decisão da Câmara ao Supremo Tribunal Federal.
Auxiliares da presidente admitiram, porém, que a situação ficou mais difícil por causa da larga margem de votos com que o impeachment foi aprovado na Câmara. Na prática, ocorreu o que o Planalto temia, uma goleada de “7 a 1”.
Além disso, a tradicional política da distribuição de cargos não funciona no Senado da mesma forma que na Câmara. Atualmente, a senadora Ana Amélia (PP-RS) é o nome mais cotado para presidir a Comissão Especial que avaliará o caso e já se declarou a favor do impeachment.
Novas eleições
Na pior crise dos 36 anos do PT nem mesmo a ideia de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para convocar novas eleições tem consenso no governo e no partido. A estratégia, porém, é defendida por muitos no Planalto como uma espécie de “contragolpe” no duelo com Temer. “Qual a legitimidade terá um vice-presidente que não foi eleito pelo voto popular?”, perguntou o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias. “Impopularidade não é motivo para impeachment porque, se fosse assim, quantos governadores cairiam?”
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